Depois de esperar cerca de 30 dias por uma resposta do governo à pauta de reivindicações entregue pelo Magistério estadual no dia 15 de julho, os professores aprovaram, em reunião do Conselho Geral do Centro de Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato), na última sexta-feira, 16 de e agosto, em Porto Alegre, o indicativo de greve. A deliberação final acontecerá no próximo dia 23, quando a categoria se reúne em assembleia geral, no auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre, a partir das 13h30.
Antes disso, na terça-feira, os núcleos do sindicato espalhados pelo estado vão realizar plenárias com estudantes, pais, sindicatos e movimento popular para construir “uma rede de solidariedade à greve”. Em Santa Cruz do Sul, o encontro acontece às 16h30, com a presença da presidente do Cpers/Sindicato, Rejane de Oliveira.O calendário de mobilização também considera a preparação da greve geral prevista para o dia 30 de agosto, que será realizada de forma unitária com as centrais sindicais, comitê de apoio às lutas e outros movimentos.
“RESPOSTA VAZIA”
Dessa forma a diretora do 18° Núcleo do Cpers/Sindicato, sediado em Santa Cruz do Sul, Miriam Neumann Trindade, classifica a resposta do Governo do Estado à pauta de reivindicações do Magistério entregue a mais de 30 dias. A manifestação do governo, no entanto, não agradou a categoria nem a presidência do sindicato.
De acordo com a diretora do Núcleo em Santa Cruz, o documento de 10 páginas não aborda as exigências dos professores. “Ele (o governador) demorou trinta dias para responder de forma evasiva e sem clareza e ainda quer uma resposta em apenas três dias, sendo que o sindicato precisa consultar uma categoria com milhares de professores. Além disso, não disse o que vai fazer acerca das nossas solicitações, sem estipular prazos ou datas. É um desrespeito”, lamenta.
A resposta apresenta 27 pontos, divididos em cinco categorias envolvendo questões salariais, da previdência, educação, e ainda pontos a respeito de questões funcionais e das mulheres. De acordo com a secretaria estadual da Educação, os pedidos dos professores abrangiam diversos setores do governo e por isso houve a demora em responder aos Cpers/Sindicato.
Miriam afirma que todos os itens abordados no documento “respondem sem responder”. “Nossa reivindicação é que nós recebamos o piso de R$ 1.567,00 de forma que ele repercuta com todas suas vantagens em nosso Plano de Carreira e não como um completivo. Ele não esclarece nada sobre isso. Em relação à reforma do ensino médio, repudiada pelos educadores, ele também não diz nada de forma positiva e/ou afirmativa. Pedimos concurso público para funcionários. Ele não disse se vai realizar concurso e quando”, exemplifica.
Brayan Martins

Em frente ao Palácio Piratini, em Porto Alegre, a categoria,
apoiada pela comunidade, continua exigindo atitude do governo
Rolf Steinhaus


Estudantes se unem, também em Santa Cruz do Sul, aos profissionais da
Educação na luta pelos direitos da categoria
Educação na luta pelos direitos da categoria














