Festa das Cucas começa amanhã

Santa Cruz do Sul, cidade tradicionalmente conhecida por ser um dos berços da colonização alemã no Rio Grande do Sul, se prepara para mais uma edição da Festa das Cucas. O evento começa sexta, 5 de julho, e se estende até domingo, dia 7, no Parque da Oktoberfest.

De acordo com a coordenadora atividade, Natália Machado da Silva, cerca de 50 mil pessoas são esperadas nos três dias de festa. Consolidado como mais um grande evento em Santa Cruz do Sul, a 13ª Festa das Cucas terá várias atrações musicais e artísticas. No sábado, às 14h, sobe ao palco a Banda Tchê Zuera e, às 15h30, o Grupo de Danças do Centro Cultural 25 de Julho. No domingo, às 13h, apresenta-se a Banda Fest, e, às 15h, a Banda Nova Dimensão.

 

 

Prato típico da culinária alemã a cuca é muito comum no Sul do Brasil, onde foi introduzida pelos imigrantes alemães que chegaram em 1847. Na farta gastronomia alemã está a kuchen – bolo em alemão, conhecido como cuca no Brasil –, que é o carro-chefe da culinária germânica. O prato é uma massa doce com bastante cobertura que pode ser servida no café-da-manhã ou a qualquer hora do dia. A massa pode ser fina ou um pouco mais grossa, pode ter recheio ou apenas cobertura. O bolo doce e de sabores variados é um prato típico alemão que conquista a cada dia mais apaixonados.

As cucas são tão famosas em Santa Cruz do Sul que ganharam até um concurso. No ano passado, a vencedora foi a Cuca Chandele com Morangos, que recebeu troféu como premiação. Em segundo lugar, foi premiada a Cuca de Caramelo e, em terceiro, a Cuca Integral de Frutas. Participaram ainda as cucas Sensação da Festa, Olho de Sogra, Caipira, Ambrosia, Olho de Nora, Floresta Negra, Tropical e Charge.

 

Alyne Motta
 

 

 

 

Para poder se contar a história da origem da cuca faltam registros, mas, via de regra, a Streuselkuchen, é tida como originária da Silésia (Schlesien), de onde procede até mesmo uma fábula que narra a origem dessa delícia. Diversos livros antigos de receitas e apontamentos remetem para a origem silesiana, o que também é reconhecido pelos especialistas. Já no século XVIII a Streuselkuchen estava presente entre as doçuras feitas nos lares silesianos. Mais tarde, em agosto de 1858, o poeta silesiano Joseph von Eichendorf escreve em uma carta: “Hoje foi dia de quermesse da orquestra do palácio, por isso foi servida uma enorme cuca de açúcar no café da manhã”. Outros ensejos para oferecer cuca eram as festas em ação de graças pela colheita, os casamentos e os batizados.

Alguns registros dão conta da presença da cuca na Prússia oriental e ocidental durante o século IX. E no princípio do século XX estava difundida por toda a Alemanha. Hoje ela continua fortemente presente na região norte do país. Passeando pela Fußgängerzone, a via para pedestres no centro de Hamburgo, pode-se degustar uma generosa fatia de Streuselkuchen. Como ela se difundiu? Existem diversas teorias e histórias. Para Santa Cruz ela veio junto com os imigrantes, onde seu conhecimento se encontrou com a abundância do açúcar obtido a partir da cana de açúcar, e onde os alemães puderam conhecer novas frutas, novos sabores que foram incorporados à feitura da cuca. Hoje se produz em Santa Cruz tanto a tradicional Streuselkuchen, passando pelas clássicas de maçã, de framboesa, de ameixa (todas elas muito conhecidas na Alemanha também) até toda uma nova geração de cucas aproveitando as diferentes frutas de cada estação. Desse modo, existem em Santa Cruz cucas com frutas desconhecidas do grande publico alemão e na Alemanha existem cucas com frutas desconhecidas do publico santa-cruzense.

A propósito: o termo cuca, como esta delícia é conhecida no Brasil, originou-se do termo original alemão – Kuchen.

 

 
Alyne Motta

Prato típico da gastronomia alemã estará em destaque no final de semana