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Gestão de Carlos Ayres deverá ser participativa

Everson Boeck
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A campanha eleitoral para a reitoria da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) está próxima e, pela primeira vez na história da instituição, três nomes se candidataram a ocupar o cargo. Esta semana trazemos entrevista exclusiva com outro candidato, professor Carlos Ayes, que disputa com Carmen Lúcia Helfer – entrevistada semana passada pelo Riovale –, e com João Pedro Schmidt. Ele recebeu nossa equipe de reportagem na manhã de ontem, 23 de setembro, na sala 406, bloco 4, da Unisc. A eleição está prevista para acontecer no início de novembro.
Ayres relata que sua candidatura e de seu vice, professor Leonardo Fetter, se deu a partir de discussões de um grupo que há cinco anos vem pensando em democracia e participação na Universidade. “Nosso foco será em uma gestão participativa. Queremos retomar e reafirmar valores que evidenciam o processo de renovação que desejamos estabelecer e nossa crença na democracia, no pluralismo, na diversidade. É daí que vem o consenso. Precisamos garantir que isso aconteça de fato”, destaca.

PROPOSTAS DE GESTÃO

Carlos afirma que o modelo de sua gestão, caso seja eleito, ainda não está definido, mas revela que já há alguns pontos norteadores. “Um dos nossos objetivos é resgatar nossa característica como universidade comunitária e, para isso, criaremos mecanismos para estarmos legitimamente inseridos no contexto social das comunidades às quais pertencemos, em todos os campi”, observa. Ele frisa, também, a qualificação das atividades fim da universidade, ou seja, ensino, pesquisa e extensão. “Vamos dar foco à qualificação da pós-graduação, dar condições de trabalho adequadas ao corpo docente, investir mais em infraestrutura”, considera.
O candidato ressalta que o diferencial de seu mandato, que será um dos focos de campanha, é a maneira de gestão e sua avaliação. “Entendemos que possuímos valores bem definidos que precisamos reafirmar: humanismo, democracia, diversidade, compromisso com a comunidade e ética. Eles são nosso eixo fundador. Além disso, queremos iniciar a avaliação da gestão. Hoje, a universidade faz a avaliação do desempenho do professor e avaliação de clima, mas não avaliamos nossos processos de gestão. Isso significa mais transparência, um momento de crescimento visto que iremos diagnosticar falhas e acertos”, observa.
Em relação à gestão financeira, Ayres pontua a austeridade com criatividade, isto é, a busca por novas formas de diversificação de receita. “Temos que ser propositivos e não apenas reagir às demandas. Temos que estabelecer uma relação próxima com os setores produtivos em nossa região e propor pautas com perspectivas de mudanças no contexto social. Precisamos nos articular com os diversos setores da sociedade e criar políticas públicas de inclusão para área da saúde, por exemplo, entre outras. Não podemos ficar afastados por problemas de relacionamento ou por entendimentos equivocados que vêm a dificultar o trabalho conjunto”, define. Há 25 anos na Unisc, Ayres esclarece que cerca de 89% da receita da universidade é oriunda os cursos de graduação e, deste, aproximadamente 76% vêm de financiamento estudantil (Fies).

O CANDIDATO

A história de Carlos Ayres no Ensino Superior é extensa. Técnico em Contabilidade, com Licenciatura em Letras pela Fisc/Unisc, atualmente, aos 49 anos, é membro do Conselho de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão (CONPPEX), do Conselho de Graduação (CONGRAD) e do Conselho Universitário (CONSUN). Integra, também, o Conselho Superior Apesc, bem como a Assembleia Comunitária da mantenedora, e coordena o Sub-projeto do Pibid Letras-Inglês com 23 bolsistas e atuação em 10 escolas da Santa Cruz do Sul.  Além de outras qualificações, também é doutor em Letras – Estudos Linguísticos.
Iniciou suas atividades na Unisc em1988 construindo, desde então, uma sólida carreira. Passou por diversas instituições de ensino de Santa Cruz do Sul, tanto na rede particular quanto municipal, onde atuou também, de forma decisiva, na representação dos professores o que possibilitou as bases do Sindicato dos Professores Municipais (Sinprom).

Rolf Steinhaus

Ayres: “Queremos resgatar nossa característica como universidade comunitária”