LUANA CIECELSKI
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Desde o início dessa semana, quem passa pela rua Marechal Floriano, na altura da Padaria Pritsch já não vê mais apenas um muro amarelo no lado direito da rua para quem está seguindo em direção ao bairro Arroio Grande. Mas vê uma parede colorida, cheia de desenhos e expressões artísticas. Elas foram feitas no último domingo por quatro artistas: Rodrigo Almeida, o Digo; Pepe Fontanari; Lucas Garibaldi, o Loco e Maicon Oliveira, o Corvão.
De acordo com Pepe não foi a primeira vez que o grupo buscou paredes pela cidade para fazer os grafites, e o objetivo foi unir o útil ao agradável. “Queríamos nos divertir em primeiro lugar, mas também levar a arte para as pessoas, tirar das galerias, aproximar e ainda repaginar a paisagem urbana”, justificou. Sabendo que o muro pertencia à Casa de Chá e Padaria Pritsch, eles estraram em contato com os proprietário, pedindo autorização para pintar e ele se disponibilizou a pagar as tintas.

Segundo o sócio-proprietário da padaria, João Carlos Pritsch, ele ficou sabendo do projeto através do filho. “Ele chegou e disse que estavam querendo grafitar e eu disse que tudo bem. Perguntei apenas qual seria o custo e eles explicaram que seria apenas o gasto com os sprays. Então eu disse que que podiam fazer”, conta.
Isso porque João Carlos vê nesse trabalho uma obra de arte, que ainda por cima tem suas vantagens. “Pichador não meche nisso”, comenta. E o resultado também foi satisfatório. “Há uma integração entre eles. A gente vê isso, porque apesar de serem quatro artistas você não vê um começo e um fim da tela de cada um deles. Ficou muito lindo”, declarou. E ele gostou tanto que não descarta a possibilidade de fazer a parceria outra vez. “Nós temos um paredão lateral aqui também. Quem sabe não grafitamos também?!”.
Skate, grafite e música nas escolas
Se a pintura do muro da Padaria Pritsch pretende disseminar a cultura do grafite através de uma amostra das coisas bonitas que podem ser feitas por esses artistas, um projeto da loja Brasil Urbano de Santa Cruz do Sul, pretende levar cultura, arte – e não da pichação –, e skate também para as escolas através de brincadeiras. É o projeto “O skate nas escolas”.

De acordo com o proprietário da Brasil Urbano, Daniel Souza, um dos pensadores desse projeto, o objetivo dele é levar o skate, o grafite e a música para as crianças e proporcionar uma manhã para interagir com os skatistas locais, participar de brincadeiras, colorir os muros com grafite de artistas da região e levar uma diversão a mais para as crianças. “É como se fosse um recreio estendido”, explica.

Ele começou em 2012, com os skatistas e grafiteiros indo até a EMEF Bom Jesus, no bairro Bom Jesus. Depois, o projeto parou por um tempo, mas voltou com tudo em 2014, quando foi a vez da EMEF Guilherme Hildebrand, no bairro Santo Antônio do Sul, receber os artistas. Desde então, o grupo já foi visitar outras três escolas: a EMEF Normélio Boettcher, no bairro Vila Nova; A escola José Wilke, no bairro Avenida; e a EMEF Santuário, no bairro Santuário.

E os pedidos para que o grupo vá até a escola, partem das próprias crianças e jovens. “Os alunos avisam as diretoras, porque viram as fotos no Facebook, ou porque amigos de outras escolas comentaram”, conta. E assim eles são chamados. Dessa forma, ainda nos próximos meses, os convites de algumas escolas que já entraram em contato com o grupo deverão ser atendidos. Dessa forma, cada vez mais crianças têm a acesso a diferentes formas de arte.














