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Há cinco gerações família Frantz produz nas mesmas terras

Tendo o tabaco como carro-chefe, Daniel e os pais Eno e Clarice ainda cultivam grãos e alguns tipos de sementes crioulas, além de alimentos para o próprio consumo

Luciana Mandler
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A agricultura é um setor de extrema importância para a sociedade. São as famílias rurais que contribuem para que os alimentos cheguem até a mesa de todos. Mas para que isso continue ocorrendo é fundamental que as novas gerações permaneçam no campo. Apesar de ser cada vez mais difícil convencer os jovens a continuarem a vida no meio rural, há quem defenda e mantenha as tradições de gerações. É o caso de Daniel Enoir Frantz, de 22 anos, morador de Entrada São Martinho, interior de Santa Cruz do Sul. Formado em Técnico Agrícola pela Efasc (Escola de Família Agrícola de Santa Cruz do Sul), tem contribuído e muito na lida junto a propriedade familiar.

Atualmente, o agricultor trabalha ao lado dos pais Clarice Kistenmacher Frantz e Eno Frantz, que dão continuidade a rotina antes feita pela avó Veleda Frantz e o avô Valentin Frantz (in memoriam). O jovem observa que esta é a quinta geração que produz nas mesmas terras.

A principal cultura é o tabaco, mas a família também cultiva alimentos para o próprio consumo. Além disso, plantam milho e soja, produzem alguns tipos de sementes crioulas como: milho branco (farináceo), que é feita a farinha e que depois é utilizada para a confecção de pão de milho. “Também temos teosinto (mais conhecido como dente-de-burro), soja preta e couve de porco. São sementes que nós mesmos fizemos e são plantadas anualmente, inclusive utilizamos também para o trato animal”, explica. Na propriedade, os Frantz também criam suínos, gado e aves.

Para dar conta de toda a produção e criação de animais, a lida começa cedo. “Todos os dias de manhã cedo, nas rodas de chimarrão juntamente com os meus pais, combinamos o que iremos fazer naquele dia. Como somos agricultores, nós dependemos muito das condições do tempo”, pontua. “Já na cultura do tabaco, todo ano, no início da safra, a gente senta e verifica quantos mil pés vamos plantar. Logo após as visitas dos orientadores é feito o pedido de insumos para tal cultura”, acrescenta. Daniel Frantz, além de ajudar os pais na lavoura também é caminhoneiro nas horas vagas.

Solteiro, Daniel ainda não tem filhos, mas fala da importância de dar continuidade ao trabalho feito por anos pela família e gerações anteriores. “É sempre bom dar continuidade ao que os nossos antepassados faziam, sendo assim, não deixando morrer as tradições e culturas do nosso povo”, sublinha.