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Histórias e feitos lembram Arno Frantz

Exposição em homenagem ao centenário do político santa-cruzense está aberta no Museu do Colégio Mauá

Fotos: Luciana Mandler
Inaugurada nessa terça-feira, mostra recorda feitos e histórias do
ex-prefeito e ex-deputado estadual, e está aberta no Museu do Mauá

Luciana Mandler
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Para marcar o centenário que uma das figuras mais expressivas da história de Santa Cruz do Sul completaria na próxima terça-feira, 9, o Museu do Colégio Mauá promove a exposição “100 Anos do Nascimento de Arno João Frantz”. A abertura oficial ocorreu nessa terça-feira, 2, com a presença de autoridades e familiares do político. A mostra possui álbuns de fotos, quadros, placas condecorativas e objetos pessoais do homenageado. Ou seja, um pouco da vida de Seu Arno, como era carinhosamente chamado.

Helena Hermany relembrou histórias e folheou álbuns


Para o diretor-geral do Colégio Mauá, Nestor Raschen, que conviveu com Arno, esta é uma homenagem de reconhecimento ao ex-aluno do educandário e político, que se dedicou e contribuiu para o desenvolvimento da cidade. “Seu Arno sempre foi um homem generoso. O Mauá está onde está por causa do Seu Arno, quando houve a decisão de transferência de local. Isso teria um custo e, inicialmente, o financiamento foi reprovado na época e Seu Arno intermediou, fazendo com que fosse possível”, recorda.

Else, filha de Arno e Traudi Frantz, se emocionou com a preparação da exposição


O professor destaca ainda que Arno e a sua esposa, Edeltraud Eggler Frantz, sempre se preocuparam com a educação e as crianças, tanto é que anos, mais tarde, tiveram a ideia de construir uma creche. “Não podemos falar no Seu Arno e esquecer da Dona Traudi, que sempre queria atender a comunidade, principalmente os mais humildes”, frisa. “Em resumo, essa exposição tem a memória espetacular de quem era o Arno.”

Abertura da exposição contou com a presença de autoridades e familiares do político


Else Frantz Froemming, filha de Arno e Traudi, se emocionou com a lembrança de tantas histórias e feitos do pai. Acompanhada do filho Alexandre, ao final da abertura oficial da exposição ela convidou todos os santa-cruzenses para prestigiarem a mostra. “Está comovente. Estou emocionada pelo trabalho que fizeram em homenagem ao meu pai. Convido todos para que venham ao Museu do Colégio Mauá prestigiar essa exposição que muito nos alegra e nos deixa emocionados”, frisa.


O carisma de Arno Frantz junto à comunidade está inserido em todas as lembranças do ex-prefeito de Santa Cruz e ex-deputado estadual. “É emocionante, porque todo mundo conta alguma história com carinho e delicadeza. Tem muitas histórias inclusive que nem foram contadas aqui”, aponta Else. Para ela, um dos momentos mais emocionantes da vida do pai foi quando ele se tornou prefeito pela primeira vez, em 1978. “Foi um dia inesquecível e emocionante”, recorda.
A prefeita Helena Hermany (Progressistas), sobrinha de Arno Frantz, imagina a alegria e felicidade que o tio teria ao vê-la como chefe do Executivo, cargo que ele ocupou em dois mandatos. “Ele sempre foi um grande apoiador e sempre que possível me acompanhava quando eu me candidatava”, lembra. “Era uma pessoa que vibrava muito, foi um grande exemplo, grande inspiração por tudo que representa, pelo que foi na família e na comunidade.”


Helena ressalta que Seu Arno e Dona Traudi deixaram muitas lições. “Nunca esqueço de um ensinamento da Traudi. Ela me disse um dia: ‘Helena, tu tens dois caminhos: ou tu participas e vai acabar gostando ou tu ficas em casa e vai ficar brigando pelos cantos. Já o tio Arno, entre tantas coisas, me ensinou que político escuta muito, fala pouco e escreve nunca.”


O Grupo Oase cantou em homenagem ao seu Arno no evento dessa terça-feira. Antes do falecimento do político, o conjunto cantava na residência dele, o que foi feito por 17 anos, tendo em vista que as senhoras visitam pessoas acima de 80 anos e levam alegria aos idosos com suas canções.


A exposição está aberta ao público de terça a sexta-feira, das 14 até 17 horas, no museu localizado na Rua Marechal Floriano, 274, Centro, e deve se estender até dezembro. O ingresso custa R$ 4,00 ao público em geral e R$ 2,00 a estudantes e aposentados. Grupos devem agendar visitas com antecedência pelo telefone (51) 3715 0496. O acervo da mostra tem a colaboração da filha de Arno Frantz, Else Frantz Froemming, da professora Luciana Tremea, e dos jornalistas Benno Bernardo Kist, autor do livro “Seu Arno: a fantástica história de Arno João Frantz, um político que conquistou respeito até pelo bom humor”, e Romar Beling.

Quem foi ele

Arno João Frantz nasceu em 9 de agosto de 1922 em Linha Andrade Neves, antiga Linha Schwerin, no interior de Santa Cruz do Sul. Ele era o sétimo de nove filhos do casal João e Rosa Frantz. Em 6 de outubro de 1948, Arno casou-se com Edeltraud Eggler Frantz, sua parceria de vida, com quem permaneceu durante 59 anos. Dessa união nasceu a filha Else, em 1950. Dona Traudi foi muito importante nas ações sociais da extinta Legião Brasileira de Assistência (LBA) e como primeira-dama do municípios nos dois mandatos de prefeito do marido. Arno Frantz faleceu em 12 de dezembro de 2019, aos 97 anos, em sua terra natal.

Um desafio para a organização da exposição

A historiadora e diretora do Museu do Colégio Mauá, Maria Luiza Schuster, é a organizadora todo o material para a exposição sobre Arno João Frantz. Foi cerca de um mês para fazer todo o registro e catalogação e três dias de momtagem da mostra. “Foi um desafio, porque normalmente neste período do ano não montamos uma nova exposição. É um material de grande valor, muito nobre”, destaca.


Próximo ao centenário de Arno Frantz seria impossível não preparar algo especial. “O carinho do povo de Santa Cruz pelo Seu Arno ocorre até hoje. Todo mundo lembra com muito carinho, sempre com alguma coisa positiva, lembrando de alguma história, piadas ou obras feitas por ele. É digno fazer uma homenagem”, reforça Maria Luiza.


O acervo, antes de chegar ao museu, estava guardado na sacada do apartamento da professora Luciana Tremea, que era vizinha de Arno e Traudi. “Quando a família vendeu o apartamento e não tinha para onde levar todo esse material, prontamente me dispus a guardá-lo. Não podia deixar a história se perder. Agradeço à família por ter tido a confiança para que eu guardasse esse material. Foi uma honra ter sido vizinha de Seu Arno e Dona Traud”, frisa Luciana.