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Informativo Diocese

Semana Nacional da Família: Nos dias 9 a 15 de agosto, a Igreja do Brasil realiza a Semana Nacional da Família. O tema proposto para a reflexão é inspirado no Livro de Josué (24,15): “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”. Conforme Dom Ricardo Hoepers, que preside a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, “queremos viver plenamente a vontade do Senhor em nossas vidas, em nossas famílias, em nossas casas”. O convite é para que a família se coloque a serviço da construção do Reino de Deus, a começar em sua própria casa”.

Subsídios para a Semana da Família: A Comissão Nacional da Pastoral Familiar elaborou um roteiro com sete encontros de oração e reflexão para serem realizados durante a semana. Pode ser adquirido pelo aplicativo Estante Pastoral, disponível pelo sistema operacional Android (https://bit.ly/EstantePaastoral). O Regional Sul 3 da CNBB preparou um material em pdf para ser usado durante a missa (https://online.fliphtml7.com/ioxit/tgmy). Já a Pastoral Familiar Diocesana elaborou um folder, com sugestões de textos bíblicos para serem lidos e meditados, incentivando o Cantinho de Deus e a oração antes das refeições.

Programação da Semana da Família: Abertura virtual, no dia 10, às 12 horas, com a saudação de Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da CNBB, e a explicitação do tema pelo casal André e Karina Pareira. (https://www.youtube.com/user/PastoralFamiliarCNBB). Dia 9 (Dia dos Pais), abertura da Semana da Família nas paróquias. Dia 11, terça-feira, live com os casais da Pastoral Familiar da Diocese, abordando temas relacionados ao matrimônio (Facebook da Diocese de SCS – @mitrascs). Dia 14 de agosto, 19h30, encontro on-line do Bispo com as famílias pelo Zoom, com o limite de 100 contatos. (https://us02web.zoom.us/j/85851781582).

Solidariedade vinda de Santa Maria: No dia 31 de julho, chegou a Santa Cruz do Sul um caminhão baú, trazendo as ofertas dos cristãos da Diocese de Santa Maria para as vítimas das enchentes do dia 8 de julho. A ação foi coordenada pelo Serviço de Caridade da Diocese de Santa Maria, com especial apoio do bispo Dom Hélio Rubert. Entre as ofertas estão mais de 800 quilos de alimentos, roupas, material de higiene e móveis. A distribuição destes donativos está ao encargo do Setor de Assistência Social da Mitra de Santa Cruz do Sul. Dom Aloísio, em nome das famílias beneficiadas, agradece pela generosidade do povo da Diocese irmã.

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA – FESTA DA ESPERANÇA

Caros diocesanos. Nossa condição humana revela fortes características peregrinas, pois vivemos a sensação de estarmos sempre a caminho, sem lugar definitivo ou de chegada. A filosofia nos ensina que a pessoa humana é um ser em devir (vir a ser), um ser em formação e transformação constante, nunca totalmente pronto. Não estamos definitivamente em casa, onde nos encontramos. De certa forma, nos sentimos estranhos, neste mundo, pois nossa verdadeira e definitiva pátria de fato é outra.

Em sentido teológico, vivenciamos uma saudade ou sede do infinito que Santo Agostinho (séc. V) soube expressar a Deus, com estas palavras: “Fizestes-nos para Vós e o nosso coração está inquieto enquanto não descansar em Vós” (Confissões, I, 1, 1). Nossa referência máxima, enunciada por Jesus, é o próprio Deus: “Sede, portanto, perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 48). Somente nele atingiremos a finalidade para a qual fomos criados, à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1, 27). Ele é nossa casa definitiva, morada perfeita no amor. Enquanto estamos a caminho, como santos e pecadores (cf. Or. Euc. V), nós temos como meta estar em Deus e Ele em nós. As cartas apostólicas seguidamente saúdam os cristãos como “migrantes e forasteiros” neste mundo (cf. 1Ped 2, 11), pois sua morada está nos céus (cf. Fl 3, 20): “não temos aqui cidade permanente, mas estamos à procura da que está por vir” (Hb 13, 14).

Contudo, como atingir a vida eterna se toda pessoa humana traz escrito no mais profundo do seu ser o destino para a morte biológica, que gravita sobre a sua existência qual necessidade inevitável e como constante ameaça? O tema da morte atinge profundamente a pessoa humana, mais ainda em tempos de pandemia. A Igreja afirma: “Diante da morte, o enigma da condição humana atinge seu ponto alto… A semente da eternidade… insurge-se contra a morte” (GS 18). Em nós existe uma esperança de plenitude, que se choca com a situação do limite humano, criado pelo pecado, trazendo consigo a morte. Era então preciso uma redenção para tornar possível a vida eterna. Para os cristãos, esta redenção já foi conquistada por Jesus Cristo, esperando nossa adesão pela vida cristã coerente. Esta boa notícia do amor de Deus enche o ser humano de esperança e de alegria, ou seja: “Quem tem fé, tem futuro” (Bento XVI). Sem esta profissão de fé e prática consequente, os enigmas da vida e da morte tornam-se mistérios insolúveis.

Estamos no mês da solenidade da Assunção de Nossa Senhora (15 ou 16/08/20): Maria Santíssima elevada de corpo e alma ao céu. Só entenderemos esta celebração se a ligarmos à Páscoa de Jesus Cristo, pois a Assunção é fruto direto da Ressurreição. Como uma primeira ilustração de seus frutos no mundo humano. Maria é o símbolo da humanidade agraciada com o amor de Jesus Ressuscitado, que deseja levar atrás de si toda humanidade. Esta é também a nossa meta, que Maria alcançou, por pura graça, antes de nós. Ela foi a primeira a participar da glória do seu Filho; nós vivemos na esperança.

Esta teologia vai ajudar-nos a entender São Paulo quando diz: “Cristo ressuscitou dos mortos como o primeiro dos que morreram… Depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda” (1Cor 15, 20 e 23). O prefácio da Assunção nos ajuda a entender que somos Igreja peregrina: “Aurora e esplendor da Igreja triunfante, ela é consolo e esperança para o vosso povo ainda em caminho”. E no final da missa reza-se: “… Concedei-nos, pela intercessão da Virgem Maria elevada ao céu, chegar à glória da ressurreição”. A Assunção de Maria ao céu, de corpo e alma, aumente em nós a esperança de alcançarmos também a plenitude da vida humana, junto de Deus.

Dom Aloísio Alberto Dilli – Bispo de Santa Cruz do Sul