
gerado em Santa Cruz do Sul – Foto: Guilherme Athayde
Guilherme Athayde
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Após uma semana de chuvas intensas no Rio Grande do Sul, 20 cidades gaúchas – entre elas, Santa Cruz do Sul – decretaram estado de emergência em virtude dos estragos causados pela água que alagou ruas e bairros inteiros. Além da intensidade dos eventos do clima, um dos motivos que causa inundações nas cidades é a presença de lixo que se acumula nos esgotos.
Em Santa Cruz, 35 bairros possuem a coleta seletiva de lixo, mas um grande volume ainda não é destinado para esse serviço. O município contrata uma empresa para recolher o que é descartado pela população, enquanto a Coomcat (Cooperativa de Catadores e Recicladores) gera emprego e renda para 50 famílias através da coleta e separação de resíduos recicláveis.
Segundo Marilane Poeckl, integrante da cooperativa, a população santa-cruzense destina para a reciclagem apenas 4,27% do lixo gerado diariamente, ficando um pouco acima da média do Brasil, que é de 4%. A separação correta do lixo é um dos fatores que podem contribuir para a diminuição dos alagamentos nas cidades em períodos de chuvas intensas.
“Quando o lixo não é separado, ele é depositado em bueiros, terrenos baldios, ele acaba na rua. Um simples papel, tudo isso entope bueiros, vai parar no rio e no oceano. Em nossa cidade, temos a questão das enchentes, em grande parte sim causadas pelo descarte incorreto. As pessoas ainda não sabem separar corretamente o lixo. Depositam em locais que não deveriam, não separam nas suas casas, não sabem os horários da coleta seletiva. É simples e fácil, mas ainda precisa ser muito trabalhado e explicado”, aponta Marilene.
Em Santa Cruz do Sul, é possível ver contêineres de duas cores diferentes nas ruas. Os verdes são destinados ao lixo orgânico: restos de alimentos, folhas e podas de jardins e materiais biodegradáveis. Os de cor laranja podem receber itens para reciclagem, como plásticos, papéis, vidros e lixo eletrônico. Como nem todas as ruas possuem os recipientes próprios para receber o lixo, é importante ficar atento ao horário do recolhimento dos resíduos pela Coomcat ou pela Conesul.
O material reciclável jogado nos contêineres verdes, destinados a resíduos orgânicos, acaba sendo levado para aterros sanitários e podem poluir o solo e a água. Já aquele deixado para coleta fora do dia e horário pode ser carregado pelas chuvas e entope os bueiros.
Com duas unidades em Santa Cruz do Sul – uma no Centro, na Rua Venâncio Aires, e outra na Rua Victor Frederico Baumhardt, no Bairro Dona Carlota –, a Coomcat faz a separação de todo o lixo reciclável e encaminha para um destino ambientalmente correto. “Um simples ato, de separar o lixo, ajuda muito. São 8 bilhões de pessoas no mundo e, se ninguém separar, a gente começa a sentir os efeitos. Não teremos um planeta para as futuras populações se não começarmos a separar e destinar corretamente”, reforça Marilene.
A Coomcat também atua nas escolas para divulgar a importância do destino correto do lixo gerado no município. Na última quarta-feira, 26, com a participação de colaboradores da cooperativa, alunos da Escola Estadual Santa Cruz assistiram à peça de teatro “Fada Lili e Bruxa Lixonilda – A Missão das Três Lixeiras”, que explica a relevância da separação e da destinação certa dos resíduos.















