Cristiano Silva
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Rolf Steinhaus
Manifestantes lotaram a Praça da Bandeira antes de saírem para a marcha
Após os protestos se intensificarem ao longo das últimas semanas, inúmeras cidades do Brasil seguem com suas manifestações e reivindicações contra o aumento das passagens, corrupção, gastos excessivos na Copa do Mundo no país, entre outras questões. Em Santa Cruz do Sul, depois do primeiro evento ter levado cerca de 300 pessoas à Praça da Bandeira em Santa Cruz, o segundo levou 2.000 pessoas (em estimativa da Brigada Militar) em uma marcha pelas ruas da cidade. Ontem à noite, por volta das 20 horas, aconteceu a 3ª manifestação na cidade, com concentração na Praça da Bandeira no Centro. Por volta das 20 horas e 30 minutos, o público de cerca de 400 pessoas saiu do local de concentração a caminho da Rua Tenente Coronel Brito em direção ao bairro Arroio Grande. Um dos participantes, que ajudou na organização do 2º e 3º ato das manifestações, Joe Nunes, falou sobre o movimento e as questões envolvidas: “A resposta que a população está dando não só aqui, mas em todo o mundo, é de que as novas gerações consideram o modelo de Democracia Representativa (eleger deputados, vereadores, etc.) falido. Essas gerações querem pensar a política de sua cidade, seu país de forma bem mais contundente do que num ridículo voto a cada dois anos. Essa meninada que se informa na web se ligou que está sendo enganada com esse papo de ‘representante’ que só representa ele mesmo e os que pagaram a sua campanha. O povo discute agora novas formas de fazer política, de forma direta e essas manifestações são o embrião dessa nova forma.”
Ainda segundo Joe, que participa do movimento “Grupo de Lutas Santa Cruz do Sul” a grande questão envolvida na manifestação é a união do povo: “Não temos partido político, não temos líderes, não negociamos em gabinetes, nos colocamos como um movimento que unifique o povo de forma aberta e participativa na qual as decisões sejam tomadas em Assembléias abertas para todo o cidadão, onde possam discutir uns com os outros as suas ideias. Não queremos um movimento que divida, mas sim que some forças populares pelas demandas do povo. Queremos uma cultura política diferente da tradicional, onde a luta aconteça na rua, seja realizada pelo povo e para o povo, em que as decisões sejam tomadas no coletivo e não por três ou quatro ‘representantes’ dentro de um gabinete”, revelou.
As questões debatidas e reivindicas pela população de Santa Cruz do Sul são:
– Redução do preço da passagem dos ônibus urbanos para R$ 1,00;
– Melhoria nos serviços de transporte público coletivo;
– A Prefeitura abrir mão de suas tarifas e exigir que a margem de lucro dos empresários seja reduzida;
– Não aprovação da PEC 33 (Que, caso aprovada, modificará a relação entre os três poderes do país: o judiciário, legislativo e executivo, que são separados visando garantir a autonomia de cada um,ou seja, permitirá ao Congresso ter controle sobre ações do Supremo Tribunal Federal.);
– Investigação e punição de irregularidades nas obras da Copa do Mundo pela Polícia Federal e Ministério Público.
Rolf Steinhaus
Cerca de 400 pessoas compareceram à manifestação na noite de ontem
