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Mulher é assassinada no Senai

Foto Luana Ciecelski

Vizinhos e familiares se reuniram em frente a residência no bairro Senai na manhã dessa sexta-feira

Luana Ciecelski
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A violência contra mulheres deixou mais uma vítima na madrugada dessa sexta-feira, 16 de janeiro, no bairro Senai, em Santa Cruz do Sul.  Vanessa Pinheiro Furtado da Silva, de 32 anos foi morta com cinco disparos de arma de fogo. O autor dos disparos, de acordo com a polícia, foi o ex-companheiro, que tinha ciúmes e não aceitava a separação.
O crime acontece por volta das 5 horas da manhã, na rua Castro Alves. Segundo familiares de Vanessa, o homem teria chegado em frente a casa gritando e acordado os moradores. A avó da vítima, Tercília de Melo Pinheiro, que mora nos fundos da casa onde o crime aconteceu, teria ido até a frente e tentado conversar com o homem, pedindo que se acalmasse, no entanto, ele não ouviu e partiu em direção a porta de entrada da casa em que Vanessa estava arrombando-a e invadindo a casa.
Segunda a mãe de Vanessa, Marli Altamira Pinheiro Furtado, quando o acusado entrou na casa ela já havia acionado a Brigada Militar, mas alterado o homem teria agido muito rápido. Ele entrou no quarto de Marli e seguiu para o quarto de Vanessa, que ficava em um anexo ao quarto da mãe. Quando Vanessa levantou da cama se deparou com o ex-companheiro na porta, há cerca de um metro. Em seguida foi alvejada com os disparos.
Após realizar o crime, o acusado fugiu um uma motocicleta Honda CG 150 vermelha. Além da mãe, estavam na casa com Vanessa, a filha dela, uma menina de 4 anos que é filha do acusado, e uma das irmãs. Todas elas viram o crime acontecer. Na casa aos fundos, estavam a avó, um tio e a filha dele que também ouviram os disparos. Além da menina de quatro anos, o casal tem também uma filha de 13 anos que está viajando.
De acordo com a polícia, Vanessa já havia registrado diversos boletins de ocorrência contra o acusado e em 2013 chegou a ter uma medida protetiva contra o homem, no entanto, durante o julgamento, diante da perspectiva de prenderem o ex-companheiro Vanessa teria pedido para retirar a proteção. Desde então, ela teria tentado reaver o direito mas a justiça não teria permitido.
De acordo com Marli, Vanessa frequentemente reatava o relacionamento com o homem acreditando em uma mudança nas atitudes do companheiro. A última tentativa teria ocorrido há cerca de uma semana, quando o indivíduo foi até a casa da vítima com um pastor, pedindo que ela voltasse pra ele e prometendo mudar. Nessa ocasião a mulher ficou cerca de dois dias na casa que dividia com o acusado, no entanto, não suportou as brigas e a violência do acusado, que também seria usuário de drogas, e retornou à casa da mãe.
Desde então era parte da rotina da família a visita do acusado. “Ele rondava a casa e fazia ameaças a todos nós. Eu cheguei a procurar a Delegacia pedindo uma medida protetiva para mim, porque a Vanessa não tinha mais o direito, mas ele era violento e eu me preocupei com as crianças. Mesmo assim a gente nunca imaginou que chegaria nesse ponto”, relatou Marli. O Instituto Geral de Perícia (IGP) esteve no local e o corpo de Vanessa foi encaminhado para a necropsia no Instituto Médico Legal (IML) de Santa Cruz. Durante todo o dia a Brigada Militar realizou buscas contra o acusado. Ainda no inicio da manhã, poucas horas depois do crime ter acontecido, os moradores da rua Castro Alves disseram ter visto o acusado passando de moto novamente pelo local, no entanto, até o fim da tarde de ontem a polícia ainda não tinha divulgado o nome do autor dos disparos.

Acusado pode testar envolvido em outro caso

Além de ter cometido o assassinato da ex-companheira, a Policia Civil acredita que o acusado pode estar envolvido também em outra tentativa de homicídio que aconteceu no fim da tarde da última quarta-feira, 14 de janeiro, no bairro Bom Jesus. O homem teria efetuado diversos disparos contra dois rapazes, um deles menor de idade, na rua Avelino dos Santos, esquina com a rua Amazonas. O motivo do tiroteio seria uma discussão por causa de mulher.
Na ocasião, os dois jovens foram socorridos e encaminhados para o Hospital Santa Cruz. Nenhum deles sofreu ferimentos graves. Um deles foi atingido na perna e o outro teria sido atingido de raspão, mas não era o alvo principal. Testemunhas oculares do tiroteio afirmaram à policia que a discussão teria começado porque o acusado teria provocado a namorada de um dos jovens.
As testemunhas não souberam informar o nome correto do atirador, no entanto, alguns deles conheciam o acusado pelo apelido, que coincidentemente era o mesmo apelido do autor dos disparos que matou Vanessa.

Foto Divulgação/RJ

Vanessa Pinheiro tinha 32 anos