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Música: um bálsamo em exposição

Fotos Luana Ciecelski

Coral Infantil do Colégio Mauá apresentou-se na oportunidade com belos cantos

Jéssica Ferreira
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O Museu do Colégio Mauá iniciou na tarde desta quarta-feira, 22, sua primeira e única exposição deste ano com o tema “Música: bálsamo para as almas”, que registra um pouco da história da música em Santa Cruz do Sul. Na oportunidade será possível visualizar diversos instrumentos musicais, como por exemplo, peças indígenas que mostram a simplicidade na confecção e o uso de materiais da natureza. A tarde contou também com apresentação do Coral Infantil do Colégio Mauá e do Grupo Instrumental. Já que o assunto é música, nada melhor do que iniciar uma exposição sobre música com as tradições que exercem os alunos do colégio.
Ao som de “La Paloma”, de André Rieu, pôde-se encontrar um dos artefatos mais importantes no museu – A Caixa de Música, grande inovação do século XX, com 115 anos de existência. Considerada a “menina dos olhos” do museu, a principal curiosidade sobre a caixa de música é que a mesma está conservada e produz um belo som aos que escutam, ou seja, é inserido nela um disco (de 60 centímetros, com apenas uma música gravada) cujo verso tem pequenos ‘dentes’ que ao passar pelo ‘pente’ da caixa produz a melodia em perfeita condição assim que for dada a corda.
Antes de chegar ao Brasil, para ser escutada qualquer música era apenas por canções ou instrumentos, porém tudo mudou até a chegada da famosa caixa de música, nos anos de 1900, diretamente da Alemanha. O diretor do Colégio Mauá, professor Nestor Raschen, conta que cada vez que escuta a música tocada na caixa se emociona, pois lembra que talvez a caixa estivesse em outros lugares. “A caixa estava apenas emprestada ao museu por uma família que estava de passagem, porém estava à venda também. Um japonês ao descobrir sobre a venda se interessou, mas graças a parceiros, a caixa foi comprada e doada para o colégio. Fico feliz em saber que temos essa relíquia conosco, raríssimos os lugares no Brasil que tenham ao menos alguma parecida ou com outro tamanho. Se não fosse essa doação, talvez a caixa estivesse em terras japonesas ou quem sabe outros lugares”, conta.
Outra curiosidade exposta no museu é sobre a história da música em Santa Cruz do Sul, registrada através de um caderno herdado da primeira escola de música no município, isto é, a cidade teve a música instrumental e o canto coral presentes a partir da chegada dos imigrantes alemães em 1849. A importância da música foi tão intensa que provocou a criação da primeira escola de música na Vila de São João de Santa Cruz, em 1888, sob o comando do prussiano Wilhelm Keber. Seus alunos aprendiam piano, violino, violoncelo, cítara, alaúde e canto. Ao final de cada ano eram realizadas as “Schüler Konzert” onde os alunos apresentavam-se à comunidade que comparecia em peso. Entre seus alunos podemos citar Gaspar Bartholomay, Oscar Jost, João Werlang e João Kirst. Os registros desta história estão expostos no Museu.
Segundo a diretora do museu, professora Maria Luiza Schuster, a importância que a música tem na cidade, sendo ela também presente em todos os lugares, foi um dos principais motivos da escolha da exposição e do tema. “Nosso acervo conta com inúmeras histórias, sendo a maior parte dos artefatos doados. Já havíamos realizado uma exposição sobre música, porém recebemos outras doações e estamos sempre inovando, para passar à comunidade mais sobre a cultura da música, que está em todos os lugares”, ressalta.
A exposição: “Música: bálsamo para a alma” permanecerá no local até o dia 23 de dezembro de 2015. O Museu fica aberto ao público de terça a sexta-feira, das 14h às 17h. O ingresso custa R$ 3,00 (estudante) e R$ 1,50 (aposentados). Agendamentos de grupos podem ser feitos através do telefone (51) 3715-0496 – ramal 20, ou no próprio Museu, que fica na Rua Marechal Floriano, 274.


Foi dada a vez para a apresentação do Grupo Instrumental do Colégio Mauá tocando o clássico brasileiro “Asa Branca, eu só quero um xodó”


Famosa Caixa de Música tem 115 anos de existência