Várias capitais brasileiras viveram, na noite desta segunda-feira, uma série de protestos que estão ganhando um caráter histórico. A princípio, a motivação foi o reajuste das passagens do transporte coletivo, mas tudo indica que a mobilização pode tomar uma dimensão maior. Milhares de pessoas foram às ruas de 11 capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte e Salvador. Inclusive, a revolta vai movimentar brasileiros em outras partes do mundo nos próximos dias, como é o caso dos Estados Unidos, da Europa e da Austrália.
Só em São Paulo, pelo menos 65 mil pessoas tomaram algumas das principais ruas da cidade. No Rio de Janeiro, 100 mil pessoas participaram das manifestações. Em Brasília, houve a ocupação da cobertura do Congresso. A maioria dos manifestantes são jovens indignados, inclusive, com os gastos públicos em torno da Copa das Confederações e da Copa do Mundo. E o período escolhido para a revolta não é coincidência: no último final de semana, começou a disputa da Copa das Confederações.
A maior manifestação ocorreu no Rio de Janeiro, onde foram armados incêndios em torno da Assembleia Legislativa do Estado. No Rio, houve confrontos entre manifestantes e policiais, situação que aconteceu também em Porto Alegre.
A PALAVRA DO GOVERNO
“A presidente Dilma Rousseff considera que as manifestações pacíficas são legítimas e próprias da democracia e que é próprio dos jovens se manifestarem”, relatou a ministra da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Helena Chagas. No começo da noite desta segunda-feira, Dilma se reuniu com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para tratar do assunto.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse que o governo federal está preocupado com os protestos. Segundo ele, o governo quer assegurar diálogo com os movimentos para entender “anseios importantes” dos manifestantes.
Marcello Casal Jr/ABR

Manifestantes ocuparam rampa e cúpula do Congresso Nacional, em Brasília














