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Para salvar o dia da população santa-cruzense

Cristiano Silva
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Rolf Steinhaus

Projeto vencedor da primeira edição do Reconecte Unisc é colocado em prática

Chuva ao meio-dia e no final da tarde são coisas que acontecem na vida de todos e estraga o humor e o dia de qualquer um. Na mesma maré que expôs de forma ampla os pensamentos sustentáveis há alguns anos atrás, a mobilidade urbana é um tema que toma a cena em conversas triviais e em encontros criativos de uma geração que prefere deixar ações, pensamentos e iniciativas como legados para o mundo.
De forma reduzida, o conceito de uma das frentes de mobilidade urbana dá conta de que é possível o desenvolvimento de ações que transformem a cidade. Essas ações podem ser chamadas de transversões – onde as pessoas participam como personagens principais da ação – e intervenções – onde a população é impactada, mas não participa diretamente.
Nesse sentido, o grupo vencedor do Reconecte Festival da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), composto pelos publicitários Cristiano Rocha, Gustavo Petry e Carolina Schiehl, propôs uma ação piloto de mobilidade urbana para o centro de Santa Cruz do Sul, consistindo basicamente em guarda-chuvas coletivos batizados de “Salva-Dia”.
Nessa forma de transversão, a ação permite que as pessoas, pegas desprevenidas pela chuva, possam chegar ao seu destino ou até mesmo seus carros, utilizando guarda-chuvas disponíveis em bases fixadas ao longo de duas quadras em cinco pontos da cidade – Quiosque da Praça, Galeria Farah, Drogaria Santa Cruz, Clube União e Praça da Prefeitura. Após o uso, o Salva-Dia é deixado na base mais próxima para que outra pessoa possa seguir usando.

Rolf Steinhaus

Estruturas estão fixadas ao longo de duas quadras na rua Marechal Floriano,
em cinco pontos. Todas possuem instruções aos usuários

CONSCIENTIZAÇÃO

Segundo Cristiano, uma das ideias dentro do projeto foia instalação das estruturas com os guarda chuvas próximos as câmeras da cidade, de modo que os pontos estarão sendo vigiados em uma medida se segurança. De qualquer forma, para os idealizadores do projeto, a principal ideia é a da real conscientização da população, pois além de proteger as pessoas da chuva, o ”Salva-Dia” busca a interação entre as mesmas, bem como o exercício do bom senso, em uma discussão que vai além da mobilidade urbana. Permite que as pessoas interajam, conversem mais, deem carona umas para as outras e incorporem o espírito coletivo presente nas principais cidades do mundo.
“Sobre a conscientização, a ideia é despertar o senso coletivo nas pessoas. Caso observemos uma resposta negativa, vamos tomar as soluções que julgarmos necessárias pra minimizar os danos e fazer com quem tenha vontade de usar não saia prejudicado.Todo tipo de projeto desse caráter busca sempre experimentar, não pode deixar nunca de ser BETA, de ser uma coisa que estará sendo aprimorada, então nossa ideia é não limitar, é esperar ver o impacto que vai dar nas primeiras semanas”, comenta Cristiano.
“Acho que subestimamos muito as pessoas, logo pensamos que as pessoas não irão colaborar, mas a nossa ideia é de observar, esperamos que dê certo, se não der, paciência. De qualquer forma esperamos que as pessoas se conscientizem” afirma Cristiano Rocha, que ainda revela terem obtido o apoio da prefeitura municipal para a ação. “Além da Unisc, a prefeitura foi super solícita com o nosso projeto. Eles gostaram e apoiaram logo de cara”.
Publicitários como são, o trio de idealizadores já busca novas ideias: “As ideias estão sempre fluindo. Uma hora elas têm que sair da gaveta, e é isso que acontece”.

Rolf Steinhaus

Para Cristiano Rocha, a ideia é despertar o senso coletivo nas pessoas