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Pedágios: Corepe tem primeira reunião de trabalho

Everson Boeck
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A segurança nas estradas abrangidas pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) na região foi a principal preocupação levantada nesta terça-feira, 3 de novembro, durante a primeira reunião de trabalho do Trecho 8 dos ConselhosComunitários das Regiões das Rodovias Pedagiadas (Corepes). O encontro é o primeiro depois de sua criação, em agosto deste ano, e reuniu seus conselheiros na sala 502 da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).No evento, também foram escolhidos o presidente e vice-presidente do Corepe. As funções ficarão sob a responsabilidade, respectivamente, do advogado e empresário Luciano Naue, de Venâncio Aires, o qual representa os usuários, e do presidente dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento e de Trânsito de Candelária, Air Teixeira Menezes, que representa os moradores do trecho pedagiado.
O Corepe regional refere-se ao Trecho 8, que compreende as praças de pedágio de Venâncio Aires e Candelária, ambos na RSC 287, num total de 149,16 quilômetros. A reunião realizada em Santa Cruz do Sul do Corepe regional foi a última dos oito trechos. O presidente da EGR, Luiz Carlos Bertotto, apresentou um balanço dos levantamentos e melhorias que foram feitos na rodovia até novembro desde que a empresa assumiu, em maio.
Segundo ele, um estudo apresentado este ano, realizado com os usuários das rodovias gaúchas, mostrou que 58% das pessoas consideravam como Ótimo/Bom a conservação das rodovias administradas pelo Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer) e, apenas, 27% tinha o conceito Ótimo/Bom para as estradas cuja a administração eram a cargo das concessionárias privadas. O estudo aponta, ainda, que das rodovias que hoje são de responsabilidade da EGR30% necessitam de reparos imediatos, 53% precisam de investimentos entre 3 e 5 anos e 8% não possuem mais vida útil e precisam ser refeitas.

Diferencial nas discussões

O presidente da EGR pontuou o diferencial das discussões entre os integrantes dosCorepes. “Esta é a última reunião dos trechos. Percebemos claramente a diferença no nível do debate. Nas demais regiões estão priorizando duplicações e obras de acessos, mas aqui vocês mostraram maior preocupação com a segurança à vida, com pontos estratégicos com ambulâncias e o socorro médico mais próximo”, frisou.
Um dos questionamentos mais importantes à EGR, feita, inclusive, pelo presidente do Conselho, diz respeito à preocupação com a distância que os bombeiros terão que percorrer para atender em alguns pontos. “Na região de Candelária, por exemplo, o socorro até Paraíso do Sul teria que vir de Santa Cruz do Sul ou de Cachoeira do Sul. Num trecho sem duplicação onde a velocidade máxima é 80 km por hora, uma ambulância demora cerca de 1h20 para chegar no local do acidente. Uma pessoa necessitando de socorro, não pode esperar todo este tempo”, aponta Luciano Naue.
Diante do problema, uma das sugestões feita pelos integrantes do Corepe é a criação de um ponto estratégico naquela região com socorro médico e ambulância. Bertotto disse que haverá uma avaliação juntamente com a Prefeitura de Candelária para analisar qual a melhor forma de implementar a ideia. O conselho também pediu à EGR um diagnóstico de toda a rodovia RSC 287 com os pontos de maior problema para que, no próximo encontro, já possa apresentar a lista das primeiras demandas elencada pela comunidade. A próxima reunião é no dia 14 de janeiro, às 14 horas, em Venâncio Aires.

Fotos: Everson Boeck

Conselheiros integrantes do Corepe se reuniram na tarde de terça-feira, na Unisc

Isenção total está descartada

A isenção total do pagamento do pedágio para quem reside em um município e trabalha em outro, precisando se deslocar diariamente e passar por uma das praças, não foi aprovada pelo presidente da EGR nem pelos conselheiros. Bertotto acredita ser mais viável a proposta do presidente do Legislativo de Venâncio Aires, Telmo Kist, de autorização para descontos para trabalhadores e estudantes. “A isenção total não é justa, por que estas pessoas também utilizam a via, e pode haver distorções. Desconto é o mais adequado”, considera o presidente da EGR.

Dinheiro em caixa

Durante o encontro, o presidente da EGR anunciou que desde que a empresa assumiu as praças de Venâncio Aires e Candelária, já foram arrecadados quase R$ 9 milhões. Descontadas as despesas, foram quase R$ 5 milhões em Venâncio Aires e cerca de R$ 4,8 milhões em Candelária.Bertotto lembrou que a partir de agora os conselheiros se reunirão para elaborar um plano de trabalho para as obras na RSC 287.
A demora na espera das filas nos pedágios de Venâncio Aires e Candelária pelos usuários da Via Fácil, também foi motivo de discussão. Os conselheiros colocaram que os motoristas reclamam que os veículos que deveriam passar nas cancelas comuns, entram na fila do Via Fácil e causam filas onde não deveria haver. A EGR, segundo Bertotto, estuda uma forma de resolver a situação o mais breve possível.


Presidente e vice do Corepe local, Luciano Naue e Air Teixeira Menezes,
com o presidente da EGR, Luiz Bertotto