Início Geral Prefeitura determina desassoreamento dos arroios urbanos

Prefeitura determina desassoreamento dos arroios urbanos

Defesa Civil/PMSCS/Divulgação

Localidades próximas ao Rio Pardinho ficaram quase intransitáveis

Luana Ciecelski
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As chuvas que tiveram início na sexta-feira, 14 de junho causaram uma série de estragos em Santa Cruz do Sul.  Num período muito curto choveu cerca de 80 mm tornando difícil o escoamento e elevando o nível da água. A consequência foi a inundação de localidades mais baixas e centenas de moradores apreensivos, principalmente com a expectativa de um inverno chuvoso pela frente.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil no município, José Joaquim Barbosa, o nível normal do Rio Pardinho é de 40 a 80 cm. Na sexta-feira, por volta das 15 horas o rio já estava 1 metro acima do normal e por volta das 20 horas, 4 metros acima. Já no sábado pela manhã a situação era ainda mais crítica estando o nível cerca de 7,3 metros acima do esperado.
Para Barbosa, que acompanhou o prefeito Telmo Kirst, e o secretário de Obras e Viação, André Scheibler, nas visitas e vistorias que aconteceram durante todo o fim de semana às localidades mais afetadas, como bairros Carlota e Rauber, esse aumento se deu graças a união de dois fatores: grande quantidade de chuvas nas cabeceiras do rio e à poluição que se acumula nos leitos.
O Arroio das Pedras foi um dos que transbordou. Em 2013 o arroio recebeu o desassoreamento e por vários meses, segundo Barbosa, foram evitadas inundações. No entanto, a água voltou a subir e acabou entrando em algumas residências na rua dos Papeleiros, um dos pontos mais críticos da cidade. Também no bairro Rauber diversos moradores tiveram seus pátios tomados pelas águas que não chegaram a invadir as casas.
A principal medida a ser tomada agora é o desassoreamento, determinado pelo Executivo, e que iniciou já na manhã de ontem, 16 de junho, e deve seguir pelas próximas semanas. Um das maiores preocupações da Defesa Civil é a previsão de chegada do fenômeno El Niño, que deverá fazer dos meses de julho e agosto períodos intensamente chuvosos. Diante disso o prefeito Telmo Kirst determinou que a força-tarefa dê celeridade ao desassoreamento, intensificando os trabalhos nas próximas duas semanas.
Ontem pela manha, 16 de junho, a água do Rio Pardinho ainda permanecia dois metros acima do normal, no entanto, o rio que foi monitorado durante todo o fim de semana em um intervalo de tempo de 15 a 30 minutos, continuará sendo observado durante toda a semana pelo menos quatro vezes ao dia.


Força da chuva também causou um desbarrancamento na BR-471, próximo ao Santuário de Schoenstatt.

Prevenção é o caminho

Grande parte dos alagamentos que ocorrem, são em função da grande quantidade de objetos que são descartados de forma irregular nos leitos dos rios e riachos, principalmente na zona urbana.
Segundo Barbosa, nas localidades onde foi realizado o desassoreamento no ano passado, uma grande quantidade de armários, sofás, mesas, cadeiras, pneus, vasos sanitários e restos de construções foram encontrados nesse ano novamente. Todo esse lixo acumulado faz com que a água não de vasão normalmente, e acabe demorando a escoar e acumulando em determinados locais fazendo com que a água entre nas residências.
Por isso a Defesa Civil faz um alerta: não basta a prefeitura fazer o desassoreamento se a comunidade não se conscientizar dos danos que a poluição trás. “É preciso descartar o lixo em local correto”, afirmou Barbosa.

Orientações a população

– Estejam atentos
– Se a água começar a subir, eleve tanto quanto possível os móveis e eletroeletrônicos.
– Em caso de muita chuva, esteja preparado para deixar a casa. A Defesa Civil fará a remoção para a casa de familiares, se houver, ou para abrigos coletivos que poderão ser montados em caso de necessidade.
– Em algumas localidades a água sobe em questão de minutos, mas também retorna a níveis mais baixos com alta velocidade (cerca de 20 minutos).