A professora do Departamento de Química e Física e do Programa de Pós-graduação em Tecnologia Ambiental da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Rosana de Cassia de Souza Schneider, retornou da Austrália, onde concluiu o curso de Pós-Doutorado na Universidade de New South Wales. A docente trabalhou com produção de etanol a partir de resíduos agroindustriais, junto ao Departamento de Indústrias Primárias do Estado de New South Wales. O foco principal foi a produção de etanol de dejeto de gado confinado, que podem ser facilmente separados, secos e tratados para a produção de etanol. O projeto terá continuado no Brasil, sendo que a primeira etapa do estudo será avaliar o conteúdo de material lignocelulósico de diferentes amostras de dejetos, e depois otimizar a produção de etanol.
No trabalho já realizado com a participação da professora Rosana Schneider, que está em fase de publicação, a biomassa de dejeto bovino foi pré-tratada em meio ácido, hidrolisada por método enzimático, sendo que o hidrolisado obtido foi fermentado para produção de etanol.
Divulgação/Unisc
Esquerda para a direita: Rosana Schneider (Unisc), Janice Palmer (DPI-NSW), Tony Vancov (DPI-NSW) e Shane McIntosh (DPI-NSW)
Conforme a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes, no Rio Grande do Sul o rebanho de bovinos, em 2007, era mais de 13 milhões de cabeças, e o nacional em torno de 199 milhões. A previsão brasileira para 2013 é de um aumento de 3%. Dessas, em torno de 1 milhão estão em confinamento, com o objetivo de obter mais produtividade e lucratividade. Como consequência, tem aumentado o volume de dejetos, que exigem cuidados e não podem ser lançados diretamente no solo.
Segundo a pesquisadora, a obtenção de um processo adequado à transformação de dejeto bovino em etanol é importante para a redução de emissões de metano e auxilia no controle da contaminação de águas superficiais e subterrâneas. “Além disso, a produção de etanol a partir de dejeto animal auxilia na redução das áreas agriculturáveis para produção de combustíveis e entra de forma positiva no ciclo de uso de combustíveis, com menos emissões de carbono para a atmosfera”, salientou.














