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Que a luz de Cristo brilhe

Pastor Marcos Rogério Radecke

No ano litúrgico da Igreja estamos no tempo de Epifania, um tempo entre o Natal e a Quaresma. Epifania é uma continuidade do que aconteceu no Natal. Deus se manifesta e age em nosso favor. O plano salvífico de Deus não está restrito ao povo escolhido de Israel, mas para toda a humanidade. Os reis magos são provenientes de uma cultura diferente. Povos distantes ficam sabendo do nascimento de Jesus. Os magos procuram o Salvador no palácio, mas lá não o encontraram. E mais, desencadearam a ira de Herodes obrigando José e Maria a fugir com Jesus para que não fosse morto. A reação de Herodes nos mostra que ele não admite concorrentes.
Jesus, ao crescer, conviveu plenamente com a humanidade. Jesus teve amizades sinceras, tocou em pessoas consideradas impuras, teve momentos de ira (Mt 21.12 e 13) e teve momentos de ternura e compaixão. Foi um ser humano completo, num mundo concreto. Em relação a Jesus não havia neutralidade, pois seus atos e palavras conduziram a adesões e a rejeições; conduziram a que pessoas o seguissem e a que pessoas o detratassem. Por algum tempo os detratores venceram, fixando-o com pregos seus braços e suas pernas. Houve gritos de vitória na casa dos detratores.  No entanto, eles esqueceram o que tinha acontecido na Epifania: o poder de Deus se mostra na fragilidade; o alcance das palavras e atos de Jesus não podia ser limitado pela cruz; cruz seria o farol através do qual a humanidade inteira seria iluminada.
Martin Luther King já afirmava “O que mais preocupa não é o grito dos violentos (…) O que mais preocupa é o silêncio dos bons.”  Está frase nos dá a entender que a humanidade tem seguido mais Herodes do que Jesus. O Mal tem conseguido mais discípulos do que o Bem. Atualmente o ser humano consegue domesticar todos os animais por mais selvagens que sejam, enquanto ‘bestializa’ e torna violento o seu semelhante.
Há muitas forças que querem apagar a mensagem de vida de Jesus. Esta criança, nascida em pobreza, vem nos oferecer aquilo que mais precisamos: amor, demonstrado através da aceitação, da compreensão, do perdão… Epifania aponta para a soberania de nosso Deus frente aos poderes e domínios que existem em nosso mundo.
Há uma canção que nos diz: “Que a luz de Cristo brilhe, nos envolva em amor e que o seu poder nos venha proteger.” Assim acontece Epifania, Deus se revela em Jesus ao mundo. Continuemos a caminhada dos magos, presentearam a Jesus e levaram a Boa Nova a outros recantos do mundo. Abençoado tempo de Epifania.