
participaram de atividades – Foto: Évelin Nyland/Prefeitura de Santa Cruz do Sul
Fabrício Goulart
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A Semana Farroupilha ganhou ritmo contemporâneo na quarta-feira, 17, com a visita do TrioPacito a Santa Cruz do Sul, para participar de atividades do CTG Tropeiros da Amizade. Sucesso nas redes sociais e já destaque em programas de televisão pelo país, o quarteto ficou famoso por misturar tradição gaúcha e linguagem moderna. A fórmula tem chamado a atenção dentro e fora do Rio Grande do Sul.
O primeiro sucesso foi em 2017, de forma despretensiosa. O grupo gravou sapateio ao som do sucesso pop Despacito, do porto-riquenho Luis Fonsi, e publicou na internet. “A partir disso viralizou, tomou uma proporção que a gente jamais imaginaria”, diverte-se um dos integrantes, William Cantareli: “Começaram várias ligações e mensagens”.
Um dos integrantes é Leonardo Brizolla, campeão de chula no Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart). De acordo com ele, aos poucos o TrioPacito foi conhecendo o interesse do público e organizando um show, adicionando a chula e a poesia gaudéria – uma de suas paixões. De acordo com Brizolla, a música pop foi uma forma de se conectarem com públicos diversos e de lugares distantes. “Vimos na música popular um elo de conexão entre as diferentes culturas. Percebemos que tínhamos uma mina de ouro a ser explorada”, conta.
Segundo ele, ao contrário do que possa parecer em um primeiro momento, a tradição nunca é deixada de lado. “A gente mostra, por exemplo, através de Despacito. Daí uma pessoa na África vê, lembra que conhece a música e questiona o porquê de estarem usando a bombacha. Ela se interessa e busca mais”, pondera. Atualmente, os shows são compostos por coreografias sapateadas, danças e músicas, declamação, entre outros. “A maioria das músicas são tradicionalistas. Mas claro, Despacito nunca pode faltar. Sempre pedem”, conta Brizolla.
Origem do nome
Cantareli explica que o nome não faz referência a um trio, como costumam imaginar. Conforme o chuleador, trate-se de “tri o pacito”, ou, como explica, “o seu pacito é tri”. “Mas se tornou uma ambiguidade e deixamos assim”, brinca. É que, antes da entrada de Luiz André, o grupo era formado por um trio: Leonardo Brizolla, William Cantareli e Guilherme Tavares.
Jaime Caetano Braun
Leo Brizolla discorreu também sobre a paixão que sente pela poesia gaúcha – uma herança do avô. Em especial pelo payador e poeta Jaime Caetano Braun, que nunca falta em suas apresentações e participações em competições. “Eu, como uma pessoa nascida nas Missões, na cidade de Ijuí, tenho um pouco desse amor e apego mais forte à terra. É uma referência de vida, de história e de contar a arte e a tradição do povo gaúcho através do seu conhecimento. É isso que me inspira também”, explica.














