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Semana inicia com paralisações

Jéssica Ferreira
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A segunda-feira, 3 de agosto, iniciou com a paralisação dos servidores públicos do Rio Grande do Sul, isto devido ao parcelamento do pagamento dos salários referentes ao mês de julho, que será parcelado em três vezes até o dia 25 de agosto. Serviços essenciais como a segurança pública, escolas, transporte coletivo, bancos entre outros são funcionaram durante todo o dia ou estiveram com a operação reduzida. O parcelamento foi anunciado na última sexta-feira, 31, pelo governador do Estado, José Ivo Sartori, do PMDB, que afirmou estar “sem alternativas para superar o deficit crescente dos últimos meses”.
O dia que seria de volta às aulas foi o contrário, isto é, escolas estaduais fechadas em todo o Rio Grande do Sul. Os poucos alunos que foram até as escolas encontraram cartazes avisando sobre a paralisação. Em Santa Cruz do Sul as escolas estaduais situadas no município não funcionaram normalmente. A maioria dos educandários não teve nenhum tipo de atividade durante todo o decorrer do dia. Na escola Estadual de Ensino Médio Ernesto Alves de Oliveira, apenas dois professores foram trabalhar. Já na Escola Estadual Petituba, os alunos foram liberados. Nas escolas Bruno Agnes, José Mânica, Nossa Senhora de Fátima e Goiás, os professores também paralisaram as atividades. A direção da Escola Estadual de Ensino Médio Santa Cruz avisou seus alunos através das redes sociais que estariam liberados das atividades na última segunda-feira. Além dela, as escolas Willy Carlos Frohlich e Alfredo Kliemann, também avisaram seus alunos sobre a liberação dos períodos de aula durante o dia de paralisação.
Além disso, no município e em todo o estado, os policiais civis aderiram à mobilização geral da categoria após o anúncio do parcelamento dos salários do funcionalismo gaúcho na última sexta-feira. Segundo o delegado regional da Polícia Civil, Julci Severo, os agentes estão autorizados a colaborar com o movimento, entretanto, os serviços não foram parados completamente. A orientação que fora dada à polícia é em relação à colaboração com as paralisações, isto é, em relação a atendimentos de ocorrências, serão realizados apenas em casos de situações mais graves. Já os atendimentos mais leves, de contravenções penais e coisas do tipo, serão atendidos apenas através das delegacias online.
A Brigada Militar (BM) saiu às ruas apenas com as viaturas aptas para o serviço, com o licenciamento e equipamentos de segurança em dia. Segundo informações complementares, houve ocorrências atendidas a pé e outras chegaram a ser conferidas no local por falta de veículo. Já o Corpo de Bombeiros de Santa Cruz do Sul, dentro das suas condições atendeu normalmente. Em relação às agencias de bancos no município, apenas o Itaú resolveu não abrir o atendimento ao público dentro da agência e apenas os caixas de autoatendimento funcionaram. Os demais bancos mantiveram o expediente normalmente.
Segundo o governo, na sexta-feira, foi depositada uma parcela líquida de R$ 2.150 para todos os 347 mil funcionários. “Com esse teto, 52,8% dos funcionários receberam salário integral. Há mais duas parcelas: uma de R$ 1 mil, que será depositada até 13 de agosto, e a terceira a ser paga até 25 de agosto”, informou o Executivo gaúcho, explicando que o deficit financeiro do Estado é superior a R$ 400 milhões por mês e que neste mês de agosto haverá mais uma iniciativa para o ajuste das contas públicas.

Jéssica Ferreira

Polícia Civil realizará atendimentos apenas em casos de situações mais graves

Paralisação em todo o estado

Com o policiamento reduzido, outras categorias também pararam. Na maior empresa de transporte público de Porto Alegre, os funcionários trancaram as saídas de ônibus. Duzentos e cinquenta mil pessoas ficaram sem condução, e alguns bancos nem abriram. 
Várias categorias do funcionalismo público protestaram na manhã desta última segunda-feira, 3, em frente ao centro administrativo, onde funciona a maioria das secretarias do Estado. Os servidores bloquearam a entrada no prédio e o trânsito na avenida em frente, uma das mais importantes de Porto Alegre.

Sartori evita responder sobre parcelamento e anuncia grupo de trabalho

Após um dia inteiro de mobilizações contra o parcelamento dos salários dos servidores públicos, o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), concedeu entrevista coletiva na noite desta última segunda-feira, 3. O governador pediu para a população “compreensão”, porém evitou responder sobre o novo parcelamento. 
O primeiro pronunciamento do governador ocorreu após uma reunião com representantes dos poderes Judiciário e Legislativo, Ministério Público, Tribunal de Contas e Defensoria Pública. Durante o encontro, segundo o governo, foi apresentada aos presentes a situação financeira em que se encontra o estado gaúcho. 
Ao final do encontro, ficou decidido que um grupo de trabalho, formado por dois representantes de cada órgão que participou da reunião, vai discutir a crise no Estado e começar a trabalhar já sobre o caso.  Sobre o funcionamento deste grupo não foi divulgado como será, porém Sartori declarou que “estarão em conjunto, para uma realidade que mude a história do Rio Grande do Sul” e, além disso, “a criação do grupo é justamente abraçar esta causa e assim trabalhar em conjunto afim de que se olhe para a realidade financeira do Estado”.