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Ser professor é despertar a magia do saber

Ana Souza
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Hoje, 15 de outubro, comemora-se o Dia do Professor. Foi nesta data, ano de 1827 – dia consagrado à educadora Santa Teresa de Ávila –, que Pedro I, Imperador do Brasil baixou um Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar no Brasil. Pelo decreto, “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras”. Esse decreto falava de bastante coisa: descentralização do ensino, o salário dos professores, as matérias básicas que todos os alunos deveriam aprender e até como os professores deveriam ser contratados. A ideia, inovadora e revolucionária, teria sido ótima – caso tivesse sido cumprida. Mas foi somente em 1947, 120 anos após o referido decreto, que ocorreu a primeira comemoração de um dia efetivamente dedicado ao professor.
Começou em São Paulo, em uma pequena escola, no número 1520, da Rua Augusta, onde existia o Ginásio Caetano de Campos, conhecido como “Caetaninho”. O longo período letivo do segundo semestre ia de 1 de junho a 15 de dezembro, com apenas dez dias de férias em todo este período. Quatro professores – Salomão Becker, Alfredo Gomes, Antônio Pereira e Claudino Busko – tiveram a ideia de organizar um dia de parada para se evitar a estafa – e também de congraçamento e análise de rumos para o restante do ano. Fonte: wikipédia

Divulgação/RJ

Ser um professor…

“A mãe reparou que o menino gostava mais do vazio do que o cheio…falava que os vazios são maiores e até infinitos.” (Manuel Barros)
Um dia, quando ainda era criança, pensava e queria muito trabalhar em uma escola e “ensinar” ou “dar aulas”. Brincava em um quarto reservado de nossa casa, próximo a lavanderia, com um giz e um quadro. Desenhava e falava alto imaginando comigo pequenos e pequenas ouvintes, sendo uma delas minha querida irmã. Lembro perfeitamente deste quarto que dava para nosso pátio e onde tínhamos alguns brinquedos. Adorava mostrar o certo e o errado. Se alguém me perguntava o que queria ser no futuro, dizia com muita alegria:
– Quero ser professora!
E assim com este sentimento delicioso de saber o que queria desde cedo, me tornei professora. Através de leituras conheci as idéias de importantes pensadores e teóricos da nossa área e percebi que realmente esta é uma profissão nobre. Portanto eu não imaginava que ser professora não é “ensinar” ou simplesmente “dar aulas”.
Ser professor é poder perceber um brilho no olhar das crianças fazendo infinitas descobertas.
Ser professor é nunca ter um dia igual ao outro.
Ser professor é fazer a rodinha todos os dias e ouvir com paciência o que cada um tem a dizer.
Ser professor é conhecer a todo momento pessoas diferentes e com idéias surpreendentes. Pessoas que devem ser respeitadas e valorizadas pelo que são e o que pensam, os nossos alunos.
Ser professor é um privilégio e ao mesmo tempo uma enorme responsabilidade!
Temos um desafio diário, onde precisamos repensar e reformular estratégias e maneiras de tornar a aprendizagem significativa e com sentido para construção dos conhecimentos. Precisamos nos interessar sobre o que a criança sente, pensa e o que sabe sobre si e o mundo, visar sempre ampliação desse conhecimento e de suas habilidades para que ela se torne a cada dia mais independente e autônoma.
E as crianças são incríveis! Sou encantada por elas e adoro o que faço. Todos os dias me apaixono novamente. Trabalho com educação à dezesseis anos. Lembro com imenso carinho de todas as turmas com quem já tive o privilégio de acompanhar. Desde a primeira escola de Educação Infantil, “Turma da Perna Curta”, até hoje no Colégio São Luis, com a turma N1-A. Foram dezesseis anos de muita alegria, entusiasmo e dedicação.
Na sala de aula estamos sempre criando, investigando e nos encantando. O nosso mundo é repleto de novidades, surpresas, alegrias, músicas, parlendas, histórias, o faz de conta, exploração dos sentidos, experiências e investigações, e por isso que em nenhum momento um dia pode ser igual ao outro. E a criança é respeitada exatamente pelo que é e pensa, em um ser totalmente único e exclusivo.
Desta forma buscamos crianças autênticas que defendam o seu ponto de vista, saibam opinar, discordar e perguntar. Tenham no imaginário e no cognitivo toda força e informação para poderem criar e fazer a diferença no mundo atual.
Neste pensamento, através de observações minuciosas das crianças no seu brincar, dos seus afazeres no cotidiano, percebemos um trabalho a ser desenvolvido e explorado com a turma, produzindo assim também junto com eles um projeto de pesquisa de seu interesse. 
Um professor é infinito, pois não chegamos nunca ao fim e não temos limites. Estamos sempre nos renovando, e pensando nos nossos alunos onde quer que estejamos. Nossa vida gira sempre em torno daqueles que são o futuro da humanidade.
Enfim ser professor é mostrar então, o vazio e deixar que a criança pense juntamente conosco em como poderá preenchê-lo.
– Profe! Hoje tem sol, mas sem nuvens brancas. Só tem só nuvem azul!
Isadora, 4 anos. Ao chegar correndo na roda, depois de observar o céu na sua infinidade, tira a sua conclusão sobre aquele dia!
– Um dia profe, eu vou voltar para esta escola, mas daí eu serei professora que nem tu!
Bibiana, 4 anos. Quando estava se despedindo, pois estava de mudança de cidade.”

Divulgação/RJ

Professora Ana Cristina SwarowskyKnipphoff da Cruz, formada em Pedagogia Educação Infantil e especialização
em Desenvolvimento Infantil, dedica-se a Educação Infantil no Colégio Marista São Luís

Referência de educação

“Professor é referência de educação e respeito fora do âmbito familiar. Ser professor é ter a consciência de que sua missão não é apenas a de transmitir conhecimento sobre a matéria que leciona, mas também a de formar cidadãos autônomos, honestos, dignos, responsáveis, participativos e que saibam conviver em sociedade. Para tanto, é necessário que o professor tenha um bom convívio com seus alunos, ensinando-os de forma prazerosa a importância da inserção de tais valores em sua formação educacional. Há 20 anos faço parte da área da educação”

Luciano Netto – Técnico em TI – Colégio Mauá

Professor Marco Aurélio dos Santos, leciona a disciplina de Biologia no Colégio Mauá

Abrir caminhos e caminhar junto

“Ser professora é, acima de tudo, querer também aprender, é buscar infinitas maneiras de fazer com que o conhecimento, o saber, se torne propriedade do aprendiz.É abrir caminhos e caminhar junto, é estar sempre disposto a reinventar e não achar- se detentora do saber, mas facilitadora das aprendizagens. É uma missão encantadora e transformadora, com um poder que muitas vezes, não nos damos conta do quanto é grande.
Iniciei minha carreira de educadora bem cedo. Formei-me no Magistério e logo trabalhei em escolinhas de educação infantil e creches, mas minha carreira mesmo de professora do Ensino Fundamental, anos iniciais, na qual atuo até hoje, iniciou-se aos dezoito anos, no colégio Marista São Luís. A turma deste ano é meu vigésimo oitavo segundo ano. Trabalhei alguns anos na disciplina de Geografia, na quarta série e por mais de vinte anos com grupos de teatro.
Trabalhar com crianças é uma escolha, eu adoro. Vejo nas crianças uma curiosidade, uma vontade grande de descobrir, de aprender. Elas são alegres, cheias de energia, adoram construir, montar, encenar, são carinhosas e muito verdadeiras. Isso me encanta! Sem falar que são elas as portadoras do futuro e, se bem orientadas, têm o poder de transformá-lo.”

Divulgação/RJ

Professora Virgínia Figueiredo é educadora do 2º ano do Ensino Fundamental no Colégio Marista São Luís


“Ser professor é consumir horas e horas pensando em cada detalhe daquela aula que,
mesmo ocorrendo todos os dias, a cada dia é única e original…
Ser professor é apontar caminhos, mas deixar que o aluno caminhe com seus próprios pés…”