Início Geral Servidores aceitam reajuste de 12%

Servidores aceitam reajuste de 12%

Jéssica Ferreira
[email protected]

Na manhã desta quinta-feira, 24, véspera do feriado da Sexta-Feira Santa, servidores municipais de Santa Cruz do Sul realizaram uma assembleia geral em frente ao Palacinho para discutirem as propostas enviadas pela administração do município referente aos reajustes salariais. Antes mesmo, na segunda-feira, 21, os servidores já haviam realizado uma assembleia, na qual esperavam o posicionamento do município, entretanto, não houve nenhum retorno, o que resultou na assembleia desta quinta-feira.
A posição da administração do município foi enviada na noite de quarta-feira, 23, apresentando quatro propostas diferentes aos servidores. As quatro propostas, de um modo geral, preveem um aumento salarial parcelado de 12%, sendo que a primeira parcela será em abril e as demais no segundo semestre do ano. Contudo, a diferença entre cada proposta está tanto no número como na data de pagamento de cada uma e no valor do auxílio-alimentação – este que é equivalente a R$ 440,00, porém com as propostas, ficará entre os valores de R$ 480,00 e R$ 500,00.
Segundo o presidente do Sindicato dos Funcionários Municipais (Sinfum), José Bonifácio Almada, a assembleia representa a união dos servidores em respeito às suas reivindicações e direitos, cujos mesmos estariam sendo ignorados pelo governo municipal. “Esperávamos desde segunda-feira um retorno do município, pois estamos desde o início do ano buscando entrar num acordo, mas somente agora recebemos este retorno que continua sendo visto como um descaso com o servidor público, porém, iremos analisar em conjunto para obter algum posicionamento final”, alegou Almada. 
A assembleia que iniciou por volta das 7h30 da manhã, reunindo mais de 1,3 mil servidores públicos, se entendeu durante toda a manhã. Isto porque após a direção do Sinfum apresentar as quatro propostas da administração municipal, os servidores decidiram elaborar duas contrapropostas, das quais uma seria equiparar com o salário dos professores ou, então, a outra que seria refeita com base na primeira proposta do município, corrigindo os valores de reajustes.
Durante a assembleia, o secretário municipal de Administração, Edemilson Severo, recebeu uma comissão formada por cada área do funcionalismo público juntamente com o Sinfum. No encontro, foram colocadas à mesa as contrapropostas. Entretanto, após se ausentar para realizar análises de cálculos dos caixas do município, o secretário retornou ao encontro dos presentes, negando as contrapropostas. Ou seja, ficou decidido que os servidores públicos deveriam escolher entre as quatro propostas ou então, caso não houvesse acordos, esperariam o retorno do prefeito Telmo Kirst (PP) com um plano seguinte de negociação. 
Em entrevista, Severo alegou que as propostas elaboradas pela administração municipal refletem a capacidade orçamentária do município diante das atuais dificuldades econômicas que o país vem enfrentando. “As propostas enviadas pelo governo preveem um reajuste de 12%, o que é a reposição da inflação. Só que cada proposta tem suas peculiaridades de variações em termos do parcelamento. O sindicato me pediu para que viéssemos estudar outra alternativa em cima da primeira proposta. Realizei um exercício durante 35 minutos, que foi o período em que estive fora, porém ficaria inviável realizar qualquer outra proposta, pois resultaria num impacto significativo no orçamento e implicaria na redução do índice percentual de 12 que é um índice menor e também no valor do vale alimentação”, explicou.
Após a reunião com o secretário, a comissão dos servidores públicos e o Sinfum retornaram à assembleia para decidir entre as propostas oferecidas pelo governo ou se iriam adiante com as negociações. A assembleia naquele momento ficou dividida, porém todos com o mesmo sentimento de indignação por mais uma vez estarem sendo desvalorizados pela administração pública. Contudo, ficou definida pela categoria a primeira proposta, na qual o funcionalismo passará a ter reajuste de 12%, em duas parcelas – 6% em abril e 6% em outubro, mais auxílio-alimentação de R$ 480,00 a partir de abril.

Após contraproposta negada pela administração, servidores aceitam reajuste de 12% parcelado