
Fabrício Goulart
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A depressão muitas vezes ainda é tabu, mas o silêncio pode custar caro. Por isso, o Setembro Amarelo surge todos os anos como um convite à reflexão e ao diálogo. Em Santa Cruz do Sul, a campanha ganha um significado especial em 2025: o posto do Centro de Valorização da Vida (CVV) completa 20 anos de atuação, consolidando-se como referência em acolhimento e prevenção.
Conforme a porta-voz local, Naira Lisane Zanette, todos devem estar atentos aos mais diversos sinais nas pessoas próximas – e também em si próprias – quando o tema é sofrimento emocional. “A pessoa fica mais isolada, perde o interesse em atividades que exercia antes, tem mudanças bruscas de comportamento e as crianças ficam sem vontade de comer ou brincar. Os sinais são muito relativos, mas é importante ficar atento”, avalia.
Naira lembra que em 10 de setembro foi o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, mas que no CVV isso acontece o ano inteiro, durante as 24 horas do dia. “A escuta ativa que os voluntários dispõem é um atendimento amoroso, de acolhimento e sem julgamento de forma sigilosa e gratuita”, pontua.
Quem precisa conversar pode ligar para o telefone 188 ou via chat, através do site cvv.org.br. “Nós acolhemos com muito cuidado e afeto a quem fala desse tema, sem julgamento. Damos o tempo que for necessário para a pessoa conversar e ficamos em tempo integral na escuta, interagindo”, explica.
O CVV
A trajetória do CVV iniciou em 2005 com a criação da Associação Amigos da Vida, mantenedora que integra a rede nacional de prevenção ao suicídio. Desde então, Santa Cruz se tornou parte ativa da chamada “linha da vida”, ampliando o acesso a um serviço que se fundamenta na escuta, no diálogo e na valorização da existência.
O número 188 é a principal porta de entrada para atendimentos no país, reunindo cerca de 2,5 milhões de ligações por ano. Em Santa Cruz são 13 voluntários que atendem às chamadas direcionadas pela central em São Paulo. Cada ligação é encaminhada para um posto onde há um colaborador logado, permitindo que a conversa aconteça de forma imediata e segura.
Durante o mês de setembro, a mobilização dos voluntários se intensifica a partir da campanha. O lema deste ano é “Conversar pode mudar vidas” e reflete o espírito do CVV, que aposta na força da escuta e do diálogo para acolher quem sofre em silêncio.














