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Setor de eventos quer retomada das atividades

Mobilização em frente à Câmara de Vereadores de Santa Cruz está sendo preparada por profissionais da área

Ricardo Gais
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Espaços vêm registrando prejuízos com as portas fechadas. – Foto: Divulgação

Quem não está com saudades das festas, de sair com os amigos, comemorar um aniversário ou a formatura com a família? Após quase sete meses desde o início da pandemia de Covid-19 no Brasil, o setor de eventos, o primeiro a parar por completo suas atividades, não teve nenhuma flexibilização para a retomada, sendo provável que será o último a voltar com as atividades. Este fato causa preocupação para os proprietários de casas de eventos em Santa Cruz do Sul.

Conforme o proprietário da Celebra Espaço de Eventos, Maurício Severo Brito, para discutir o que seria feito com as portas fechadas foi criado um grupo que envolve vários proprietários de casas de festas e demais pessoas que englobam o setor, como garçons, Dj’s, promoters, entre outros. Ele explica que a situação é extremamente delicada, pois o setor já está há muito tempo parado, sem poder realizar nada, o que acaba prejudicando a vida das pessoas que dependem deste trabalho. “A grande maioria das pessoas do setor teve que se reinventar. As que não conseguiram estão dependendo de ajuda da família ou de uma reserva econômica que tinham”, disse.

O grupo também fez um levantamento e cerca de 400 pessoas que trabalham direto ou indiretamente com eventos foram afetadas em Santa Cruz e mais de 300 empresas que englobam a área estão paradas. “Nós estamos sem projeção alguma da retomada do setor de eventos, e isso é uma questão que nos deixa muito chateados, pois todos os outros setores foram flexibilizados com protocolos para retomada e por mais que estejam trabalhando de forma reduzida, as pessoas estão tendo a possibilidade de trabalhar e pagar as suas contas e isso não acontece com o nosso setor”, lamentou Maurício.

Felipe Bender, proprietário da Level Lounge Club, também se mostra preocupado com a situação. “O momento é complicado, já são mais de 200 dias sem poder trabalhar e sem perspectiva nenhuma para a volta do nosso setor, além do prejuízo que está sendo registrado com o espaço parado”, salientou.

Locais estão mais de 200 dias fechados – Foto: Divulgação

O setor de eventos planeja uma mobilização em frente à Câmara de Vereadores de Santa Cruz no próximo dia 18, às 9h. Segundo Maurício, a intenção é colocar mesas, sonorização e tudo que um espaço de eventos precisa, uma representação de como funcionária os espaços cumprindo com o distanciamento social e uso de máscara. “Vamos simular como seria um evento, para ver se o governo nos enxerga. Vamos sim fazer essa mobilização. Agora é o momento, pois várias coisas foram flexibilizadas como o futebol, academia e tantos outros serviços. Acreditamos que todos serviços que ponham comida na mesa são essenciais”, frisou.

Maurício explica que um protocolo de como deve ser a realização de eventos já foi apresentado por um grupo do setor da Região Metropolitana de Porto Alegre ao Governo do Estado e também o grupo local entregou o protocolo ao Gabinete de Emergências de Santa Cruz. “Alguns pontos do protocolo são o distanciamento entre as mesas de um metro e meio, limite de seis pessoas por mesa, e num primeiro momento não teria pista de dança, todos fariam o uso de máscara e tirariam apenas para fotos, além de higienização do espaço de duas em duas horas. Seria um modo da gente conseguir fazer a roda girar, mesmo que devagarinho”, comentou.

O setor também comenta que com os locais de festa fechados, as pessoas optam por fazer festas clandestinas, por não disporem de um espaço adequado. “A gente acha que é muito mais seguro ter essas casas de festas abertas, com todos os protocolos, do que as pessoas fazerem festas em casa”, pontuou Maurício.

O que está sendo discutido

Nesta semana o Governo do Estado se reuniu com representantes da área de eventos de forma virtual e foi apresentado à secretária da Saúde, Arita Bergmann, um projeto para a elaboração de protocolo de segurança voltado à realização de festas infantis. O objetivo do projeto é a flexibilização do modelo de distanciamento controlado para que possam ser organizadas festas infantis com os cuidados sanitários necessários ao controle do coronavírus. O protocolo, assim que for aprovado, servirá de base para um evento-teste, ainda sem data definida. O projeto deverá ficar a cargo do comitê de crise, que delibera sobre a flexibilização do modelo de distanciamento controlado. Uma reunião também está agendada com a área de eventos para formaturas, bailes e outros.

O Riovale Jornal entrou em contato com a Assessoria de imprensa do Governo do Estado, e conforme informado, o protocolo relacionado aos eventos ainda não está concluído, mas deve estar pronto nos próximos dias. Sobre bailes, formaturas e outros, reuniões estão ocorrendo, mas também sem data definitiva para liberação.

Questionado sobre a retomada do setor, o secretário Municipal de Saúde, Giovani Alles, disse que essa atividade ainda não está autorizada pelo Estado.