
Foto: Rodrigo Assmann
Fabrício Goulart
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A valorização das competências regionais e o papel delas na construção da economia foram o foco da reunião-almoço Tá na Hora, promovida pela Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz do Sul. O encontro, realizado no Hotel Águas Claras na terça-feira, dia 11, teve como palestrante o diretor-técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RS), Ariel Fernando Berti, que abordou o tema “Territórios Empreendedores: o desenvolvimento a partir das competências regionais”.
Em entrevista à imprensa, Berti explicou que competência é aquilo que agrega algum valor ou faz algum tipo de distinção para uma organização, ou mesmo para um território ou pessoa. Neste sentido, destacou a importância de saber identificá-las. “Quais são as capacidades da região? Acho que essa é a nossa principal reflexão. O que há de potencial humano ou tecnológico das empresas que estão aqui instaladas”, destacou.
Para o palestrante, saber identificar as capacidades que o território tem de agregar e gerar valor está além das organizações. “Principalmente para as pessoas que ali moram, porque o desenvolvimento parte dessa premissa: melhorar a vida das pessoas”, frisou.
Além do tabaco
Outro assunto levantado foi a diversificação da economia. O diretor-técnico defendeu a busca por múltiplas competências e citou o agronegócio como exemplo. “A região tem uma fumicultura muito desenvolvida, mas não é só essa a capacidade que o pequeno produtor rural tem no agronegócio. Isso pode levar para outras coisas. É possível fazer outros derivativos a partir disso”, ponderou.
A realização de eventos foi também citada. “Tenho a capacidade de realização de eventos? Mas o que vem junto com eventos? Vem gastronomia, turismo de experiência, etc. São outras coisas que também movimentam. Então, quando falamos de competência, não falamos de uma tarefa específica”, ressaltou.
Berti destacou ainda o conceito de economias portadoras de futuro (EPF), áreas que, embora ainda não sejam economicamente relevantes, possuem grande potencial de desenvolvimento baseado nas capacidades locais. Exemplo é a “economia criativa”, representada por setores como artesanato e audiovisual, e o reconhecimento da riqueza econômica e de inovação existente em comunidades periféricas.
Mercado de trabalho
No final, Berti transcorreu sobre a transformação no mundo do trabalho. Para ele, há oportunidades para quem estiver disposto a trabalhar, e não mais apenas com relação a emprego formal. Neste sentido, considera que atualmente as competências mais exigidas dos profissionais são visão sistêmica, capacidade de resolução de problemas complexos (citando como exemplo a reconstrução do Vale do Taquari) e habilidades ligadas à inteligência artificial (IA).














