Início Economia Tarifaço de Trump | Diplomacia é saída viável para evitar impactos

Tarifaço de Trump | Diplomacia é saída viável para evitar impactos

Sindicato aposta no diálogo com um dos principais mercados de destino do tabaco brasileiro

A decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa adicional de 50% sobre as importações de produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto, acendeu um sinal de alerta entre representantes da cadeia produtiva do tabaco, dentre outros setores. A medida faz parte de um pacote de retaliações comerciais e ameaça a competitividade do Brasil no terceiro maior mercado de destino do tabaco.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC/ComexStat), o país exportou 19 mil toneladas de tabaco para os Estados Unidos entre janeiro e junho deste ano, gerando US$ 129 milhões em receita. Em 2024, foram US$ 255 milhões em vendas, representando cerca de 9% do total exportado pelo setor.

Valmor Thesing, presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), afirmou que o momento exige responsabilidade e equilíbrio diante da complexidade da situação. “A taxação cria uma situação bastante complexa, mas acreditamos no diálogo e em uma saída diplomática, porque ninguém está ganhando com isso – nem os Estados Unidos, nem o Brasil”, declarou.

Segundo ele, o tabaco brasileiro já havia sofrido um acréscimo de 10% na tarifa em abril, após o primeiro anúncio feito pelo presidente Donald Trump, elevando ainda mais o custo de entrada do produto no mercado norte-americano. “Se mantida, possivelmente, o Brasil não será mais competitivo. Por outro lado, há uma demanda mundial muito grande de tabaco, e é muito provável que o produto seja remanejado para outros destinos”, avaliou.

Apesar das incertezas, o setor mantém postura cautelosa e aposta na diversificação de mercados como alternativa ao impacto tarifário. Estudo recente da Deloitte projeta crescimento entre 10,1% e 15% nas exportações brasileiras de tabaco em 2025, tanto em volume quanto em valor. Para Thesing, esse cenário reforça a confiança em soluções diplomáticas. “De todo modo, o setor está atento, mobilizado e confiante de que a diplomacia buscará uma solução antes da entrada em vigor da tarifa, prevista para o dia 1º de agosto”, concluiu.