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Terça-feira é o Dia do Sapateiro

Mesmo com a expansão da indústria, profissional resiste e é essencial para conserto de produtos

Fotos: Débora Dumke
Mário conserta desde calçados até mochilas e acessórios em couro, entre outros itens

Débora Dumke
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Hoje, 25 de outubro, comemora-se o Dia do Sapateiro. Uma profissão antiga e tão necessária atualmente. Os profissionais se viram em uma situação complicada quando a produção industrial passou a ocupar grande parte do mercado, sendo procurados apenas para consertos em geral. A data também é uma homenagem para dois santos: os irmãos São Crispim e São Crispiniano, considerados padroeiros dos sapateiros.


Antigamente, o sapateiro era muito procurado pelas pessoas em razão de não existirem tantas empresas. Hoje, com as grandes fábricas calçadistas, esse profissional acaba sendo muitas vezes esquecido, mas não é o caso de Mário César Ferreira, de 58 anos, de Santa Cruz do Sul. Ele atua nessa área há 22 anos e já mudou de endereço algumas vezes, mas o reconhecimento sempre está presente. “Consertamos bolsas, mochilas, chinelos, sandálias e todo material em couro”, revela.


A inspiração foi seu pai, que sempre trabalhou com calçados. “Como sou natural de Novo Hamburgo, sempre estive no meio desse ramo. Novo Hamburgo é conhecida como a capital do calçado, tendo a Fenac (Feira Nacional do Calçado). Então a gente sempre esteve envolvido nesse meio”, recorda Mário. “O reconhecimento da comunidade santa-cruzense é muito positivo. O movimento é muito bom. Estamos sempre correndo, mas os clientes aceitam superbem, gostam do trabalho, vêm e indicam para outras pessoas, pois o trabalho é feito com muito cuidado e comprometimento.”


Mário frisa que ama o que faz e que, para atuar no seu ramo, deve-se gostar do que realiza, tendo em vista que os calçados aparecem em todo tipo de estado de conservação. “Assim como tem calçados com pouca manutenção, existem outros que necessitam arrumar quase tudo, praticamente fazer um novo”, comenta o sapateiro.


“O sentimento em poder consertar acessórios e calçados que têm um certo valor sentimental é indescritível, pois, quando o cliente vem e diz que nem pensou que o produto ficaria assim, traz uma alegria. Receber calçados, cintos ou mochilas detonados e entregar em um ótimo estado, em que a pessoa fique feliz, não tem palavras”, destaca Mário, que tem seu empreendimento na Avenida Independência, 1022, Bairro Universitário.