Início Geral Ensino Superior | Unisc Talks aborda o futuro das profissões

Ensino Superior | Unisc Talks aborda o futuro das profissões

Organizada pelo Conexões Unisc, proposta reuniu três palestrantes na sua edição inaugural – Foto: Bruna Lovato/Unisc

Nem a tarde chuvosa e fria impediu que muitos estudantes participassem da primeira edição do Unisc Talks, na quarta-feira, 28. A proposta busca aproximar alunos e professores do ensino médio da região ao universo acadêmico, promovendo reflexões sobre o mundo contemporâneo de forma leve, envolvente e inspiradora. A estreia do projeto reuniu três palestrantes: a vice-reitora da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Andréia Rosane de Moura Valim, a psicóloga Makely Rodrigues e a arquiteta Alessandra Gobbi, essas duas também professoras da instituição.

A iniciativa é organizada pelo Conexões Unisc, cujo coordenador, Erion Lara, enfatizou que ela é pensado especialmente para estudantes do ensino médio que estão começando a construir seu próprio caminho. “O Unisc Talks é um evento de troca, inspiração e descoberta. Aqui iremos falar sobre futuro, carreira, escolhas, possibilidades, entre outros temas que permeiam essa fase que vocês estão vivendo, juntamente com quem tem experiência e que está inovando, criando e fazendo a diferença”, explicou. “Nosso objetivo é ajudar vocês a enxergar novas ideias, refletir sobre possibilidades e, principalmente, mostrar que há muitos caminhos possíveis. Esperamos que vocês aproveitem cada fala, cada conversa e saem daqui com a cabeça cheia de ideias e o coração cheio de vontade de fazer acontecer.”

A primeira a abordar sobre como as profissões estão mudando no século 21 foi a vice-reitora Andréia Valim. Ela observou que, desde pequenas, as pessoas são instigadas com perguntas sobre o que seremos “quando crescermos?”. “E aí eu chamo a atenção de vocês: vir para o ensino superior é sensacional. Fazer um curso de graduação nos abre diversas oportunidades. Esse é o começo da definição da nossa profissão”, apontou Andréia.

Ela também apresentou o dado, segundo pesquisa, de que 65% das crianças que estão no ensino fundamental vão trabalhar em profissões que ainda não foram criadas. “Isso é assustador e ao mesmo tempo desafiador. Tem uma mudança importante acontecendo e é impulsionada por uma alteração exponencial da tecnologia, pela inteligência artificial que nos assusta e nos traz perspectivas enormes”, refletiu a vice-reitora.
O meio ambiente também influencia nesse contexto. “Também vai ser motor das mudanças das profissões a sustentabilidade, que nos pregou um susto enorme no ano passado, durante as enchentes. Ainda, a globalização, em que temos oportunidades estando em outras partes do mundo. Então, essa propulsão de mudança é que faz com que tenhamos profissões sendo delineadas, sendo criadas de uma maneira diferente, sendo modificadas.”

A psicóloga Makely Rodrigues ressaltou que as escolhas do presente constroem o futuro. Ela usou como exemplo a própria trajetória de vida quando, aos 7 anos, decidiu que queria a profissão que hoje exerce. “Tudo começa com a forma como nos relacionamos. E nos relacionamos muito, com nós mesmos, que é o autoconhecimento; com a nossa família, que é aquela que nos dá uma bagagem para construir um futuro; com os nossos sonhos, que futuro eu quero, se a profissão que eu desejo ainda não existe e como eu vou me preparar para quando ela surgir; e como eu me relaciono com as pessoas, que me ajudaram a fazer escolhas, ainda muito pequena, que me trouxeram até aqui. Isso forma quem eu sou, com as minhas habilidades, mas também com muitas vulnerabilidades”, explicou.

Alessandra Gobbi explanou sobre as carreiras STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) e como elas estão moldando o mundo. A arquiteta é coordenadora do projeto Praça STEM, que tem como objetivo despertar nos alunos do ensino fundamental das escolas públicas de Santa Cruz o interesse pela área das exatas.

“Eu e meus colegas do Departamento de Engenharias, Arquitetura e Computação conversávamos sobre a dificuldade nas matérias da Matemática, Física, que são sempre matérias que os jovens têm sempre muito receio ou muita dificuldade. Há pesquisas mostrando que isso tem a ver com a falta de compreensão. E se eu não compreendo, eu não gosto. Mas se eu começo a compreender, eu começo a gostar. Começamos a perceber também que, muitas vezes, o ensino da Matemática e da Física está muito desconectado do nosso cotidiano. Essa relação dos conteúdos com o cotidiano, entre a teoria e a prática, faz falta. E foi um dos objetivos dos nossos desafios no Praça STEM”, revelou.

Exatas no radar

Guilherme Jovelino Maus, de 17 anos, é estudante do último ano do ensino médio na Escola Estadual Guilherme Fischer, de Vale do Sol. Com um gosto voltado mais para a área de Ciência Exatas, ele conheceu o Conexões em uma visita do colégio à Unisc e começou a seguir o setor nas redes sociais. Foi aí que ele soube do Unisc Talks. A curiosidade o fez participar do evento.
O estudante quer ser programador. “Eu lembro que, desde pequenininho, eu via pessoas fazendo jogos e isso me interessava. Eu também gosto de ensinar para as pessoas e vejo que no futuro eu possa me encaixar, me enquadrar no quesito de ser um educador e proliferar o meu conhecimento para outras pessoas”, comentou Guilherme.