Alyne Motta
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Clássicos dos mais de dez anos de carreira de Armandinho fizeram parte do show de volta às aulas, realizado pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) na noite de quinta-feira, 14 de março. Milhares de pessoas se fizeram presentes no estacionamento do Bloco 1, onde o cantor realizou sua apresentação.
Antes, às 18h, no Aquarius Hotel, o músico porto-alegrense, que adotou Santa Catarina para morar, falou sobre sua vida, carreira e o novo álbum que está preparando. Um dos destaques é a dedicação da apresentação na Unisc para o santa-cruzense Matheus Raschen.
“A música ‘Outra vida’, em especial, vai pro Matheus e, pelo que soube, gostava muito do meu trabalho”, revelou Armandinho, citando a frase dita durante o Planeta Atlântida deste ano. “Muita gente deveria estar aqui e não tá. A falta que estão fazendo ninguém vai apagar”.
Rolf Steinhaus
Armandinho marcou o retorno da Unisc
SUA VIDA
Com mais de dez anos na estrada, Armandinho considera-se amadurecido. “Quando adolescente, somos inconsequentes, especialmente no que falamos. Com o passar do tempo é que nos damos conta da vida”, explicou o cantor sobre sua nova fase de vida.
“Sei que, quando chegar aos 50 anos, terei coisas que não vou concordar e que eu fiz hoje, aos 40”, declarou o músico, alegando que até o fim da vida vai aprendendo. Diferente do início da carreira, Armandinho tem ganhado destaque com músicas bonitas e românticas.
“Este é o principal ponto da minha mudança”, afirmou o porto-alegrense, que leva o Rio Grande do Sul no coração. Com cabelos mais compridos, tem buscado influências nas décadas de 50 a 80 para compor novas canções e o novo trabalho, que deverá ser um luau.
“Quero fazer um álbum com partes mais acústicas, tendo como base violão e voz”, comenta Armandinho, explicando que nos últimos tempos tem se dedicado mais ao pop rock do que ao reggae que fazia no início. “O DNA gaúcho é o rock e o pop/rock. E é isso que eu faço hoje”, acrescentou.
Rolf Steinhaus
Show na Unisc trouxe grandes sucessos do cantor
OS SUCESSOS
No show realizado na noite de quinta-feira, o que não faltou foram os sucessos. “O público vem para ouvir músicas consagradas e não posso tirar isso deles”, revela o músico, explicando que certas músicas (geralmente do novo trabalho) fazem o seu papel e deixam lugar para outras.
Armandinho também revela que, quando não consegue tocar todos seus sucessos, geralmente por falta de tempo, se sente decepcionado. A única canção que não canta mais é Folha de Bananeira. “Por opção minha, pois não traz uma mensagem legal”, admite.
Com 43 anos de vida, Armandinho já pensa em aposentadoria. “Quero tocar pra valer até os 50 anos. Depois vou desacelerar. Quero curtir a adolescência das minhas filhas e a vida com minha esposa, que amo tanto”, revelou o músico, feliz por ter sucesso e por estar em Santa Cruz do Sul.