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PIB gaúcho cresce 3,2% no primeiro trimestre

Gustavo Gargioni/Especial Palácio Piratini

FEE também anunciou a revisão do PIB de 2013, que passou dos 5,8% anteriormente calculados, para 6,3%

O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul teve desempenho bastante acima do brasileiro no primeiro trimestre de 2014, apresentando alta de 3,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O crescimento do indicador nacional equivalente foi de 1,9%.
A Fundação de Economia e Estatística (FEE), responsável pela divulgação dos índices, também anunciou a revisão do PIB do ano de 2013, que passou dos 5,8% anteriormente calculados, para 6,3%, mantendo o Rio Grande do Sul na posição de Estado brasileiro que mais cresce no país.
O fato de o comparativo para o PIB do primeiro trimestre de 2014 ser um dado elevado é encarado pelos economistas como um sinal de consolidação dos avanços na economia gaúcha. “Apostamos em uma estratégia de recuperação do desenvolvimento que está dando certo”, comemorou o secretário do Planejamento, Gestão e Participação Cidadã, João Motta.
O maior impacto nas contas estaduais do primeiro trimestre foi da agropecuária, que conseguiu elevar seu resultado em 6,4% mesmo tendo como base comparativa a supersafra colhida no verão do ano passado. “Agora já estamos crescendo sobre uma base bastante grande”, pontuou o coordenador do Núcleo de Contas Regionais da FEE, Martinho Lazzari.
A indústria também teve desempenho positivo, de 1,5%, para o qual contribuiu fundamentalmente a acelerada produção de veículos automotores (16%, já sobre uma elevada base, de 25% de crescimento em 2013), além dos resultados das indústrias petroleira e de biocombustíveis (8,3%), moveleira (5,6%), e a recuperação do setor de alimentos (3,6%). “Ainda colhemos os reflexos da incorporação de mais um automóvel produzido na nossa planta da General Motors, que teve queda produtiva a nível nacional e aqui se mantém em crescimento”, comparou Lazzari.
Os serviços, que representam 60% do Valor Adicionado Bruto (VAB), tiveram um desempenho positivo de 3,1%, mantendo uma trajetória estável, de acordo com a FEE. Neste aspecto, Lazzari salientou os aumentos no setor de transportes (8,3%), causado pela colheita do arroz, a segunda maior cultura do Estado, e do comércio, que acompanha as altas produtivas fabris. “Estão vendendo muitos móveis, eletrodomésticos e combustíveis”, observou.

Indústria aumenta participação no indicador

A revisão nas contas de 2013 mostra que a participação da indústria na economia gaúcha vem ganhando importância. A atualização de dados foi feita a partir de uma nova base de cálculo do IBGE para a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), que incluiu artigos antes não considerados para avaliar a produção fabril brasileira, como tablets e outros equipamentos tecnológicos.
Enquanto a taxa de crescimento industrial brasileira passou de 1,9% para 2,7%, a do Rio Grande do Sul passou de 2,9% para 4,5%. “A nossa indústria tinha um tamanho maior do que vinha sendo medido”, lembra Martinho.
As perspectivas são de que essa participação siga aumentando, avaliam os economistas. A geração de energia – que neste primeiro trimestre levou o segmento de extração mineral, eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana a aumentar em 10,6% seu desempenho – deverá seguir em lata crescente a partir da entrada em operação das usinas eólicas que vem sendo instaladas no Rio Grande do Sul. “Vamos deixar de ser importadores de energia para produzir aqui no Estado”, comemorou Lazzari.
Já o supervisor do Centro de Informação Estatística da FEE, Juarez Meneghetti lembrou que a indústria gaúcha vem apresentando desempenho acima da nacional. Para ele, principalmente os setores de móveis, automóveis e produção de alimentos têm boas perspectivas: “Quando olhamos os números com pragmatismo vemos que o quadro do Rio Grande do Sul é bom”.
Emprego formal cresce acima das taxas nacionais
Outro fator que comprova o bom momento econômico vivido no Rio Grande do Sul é o crescimento do emprego formal no Estado, que foi de 1,9,% no primeiro trimestre de 2014, em comparação com igual período do ano anterior. No Brasil, a geração de postos de trabalho em janeiro, fevereiro e março avançou 0,9%.
Já o PIB per capita do Estado – que mostra a qualidade de vida da população –, atualizado de acordo com a nova metodologia de pesquisa do IBGE fechou 2013 com um valor de R$ 27.943,50, um aumento de 5,9% em relação ao ano anterior. O índice gaúcho é 16% mais alto que o nacional.
“Esses dados tem impacto positivo na vida das pessoas, pois mostram que a população segue consumindo e o poder público garante os investimentos necessários para o crescimento”, avalia João Motta. (Naira Hofmeister / Redação Secom)