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Dia da Linguinha, você conhece?

Teste é essencial para identificar limitações dos movimentos na língua do bebê

Grasiel Grasel
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Detecção precoce do freio lingual curto pode evitar problemas na amamentação – Pixabay

Neste sábado, 20 de junho, é o Dia Nacional do Teste da Linguinha, uma data criada com o objetivo de conscientizar a população da necessidade da detecção precoce de limitações nos movimentos da língua de crianças, que acarretam os problemas da chamada “língua presa”. Especialistas orientam que os pais de recém-nascidos solicitem o teste já na maternidade, mas ele ainda não é obrigatório.

O problema ocorre quando um tecido localizado na parte inferior da língua do bebê, no freio lingual, não desaparece no processo gestacional. Em alguns casos, se for ignorado, pode permanecer gerando complicações até a idade adulta. Dentre os profissionais capazes de identificá-lo estão o pediatra, fonoaudiólogo, odontopediatra e o otorrinolaringologista.

Segundo a pediatra Tatiana Kurtz, se não for tratado em recém-nascidos, o problema pode ocasionar complicações como dificuldades na sucção durante a amamentação, o que leva a dor, desconforto e ferimentos, que podem levar ao desmame precoce. Já em jovens adultos, pode atrapalhar na alimentação, comunicação, relacionamento social e desenvolvimentos emocional e profissional.

Há um protocolo padrão para a realização do teste que foi elaborado pela fonoaudióloga Roberta Martinelli. Ele avalia antecedentes familiares, a amamentação do bebê, a sucção, postura labial, posicionamento da língua no choro, formato da ponta da língua e alguns outros fatores. Seguir o protocolo, no entanto, ainda não é obrigatório no Brasil, pois ainda tramita uma lei de junho de 2014 que versa sobre esta questão.

As odontopediatras Raquel Barbieri Silva e Renata Casarin orientam as mães a prestarem atenção nos alertas que podem ser identificados em um bebê com o frênulo lingual curto: ele mama pouco, cansa para mamar mais facilmente, dorme durante a amamentação, morde ou “puxa” os mamilos dos seios, produz “estalos” durante a sucção” ou tem choro “diferenciado”.

Quando diagnosticado, a intervenção adequada para resolver o problema consiste no corte do freio lingual, que geralmente é realizado por médico otorrinolaringologista ou odontopediatra. O tratamento posterior deve ser feito com o suporte de um fonoaudiólogo, comenta a otorrinolaringologista Ingrid Santanna.

De acordo com a fonoaudióloga Melissa Camargo, em Santa Cruz do Sul o trabalho vem sendo de divulgação da campanha e conscientização da população sobre a importância do diagnostico precoce. Para ela, enquanto o teste não se torna parte de um protocolo obrigatório de avaliação de recém-nascidos, como é o teste da orelhinha ou o do pezinho, é muito importante que todos os pais conheçam o procedimento.