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A nova Guerra Fria

Ao longo dos últimos anos, a tensão entre Estados Unidos e China tem se intensificado. Os dois países são as maiores economias do planeta e disputam a liderança mundial, naquilo que é chamado de nova Guerra Fria. No início de 2014, a imprensa internacional apontava que a nova Guerra Fria estava acontecendo entre EUA e Rússia. Ou seja, para a imprensa internacional, seis anos atrás, estadounidenses e russos repetiam um cenário semelhante ao da Guerra Fria original, ocorrida entre 1945 e 1990.

Porém, o cenário divulgado em 2014 foi descartado pelo presidente dos Estados Unidos à época, Barack Obama. “A Guerra Fria acabou”, disse Obama, reafirmando que a Guerra Fria entre Estados Unidos e Rússia tinha acabado em 1990, e não se repetiria.

Na Guerra Fria original, Estados Unidos e Rússia (então líder da União Soviética) estabeleciam uma disputa entre democracia e autoritarismo, entre economia de mercado e economia planificada, respectivamente.

Atualmente, Estados Unidos e China são as maiores potências. Com a chegada de Donald Trump à presidência dos EUA, em 2017, a rivalidade entre os dois países tornou-se mais acirrada. O que estaria em jogo nesta segunda Guerra Fria? Novamente, há uma guerra econômica, mas com caráter comercial. Ambos os países possuem uma economia de mercado, capitalista, embora os chineses detenham um Estado que interfere mais no ambiente econômico.

Os Estados Unidos mantêm-se na condição de democracia, mas, com Trump na presidência, o país é considerado ameaçado em seu aspecto democrático. Trump é visto como autoritário e altamente nacionalista. Já a China não se caracteriza como democracia: lá existe partido único, e não há liberdade de expressão.

Essa realidade significa que estamos diante de dois governos autoritários, e preocupados com ganância. Duas economias capitalistas, o que representa qualidades e defeitos. Mas, quanto ao autoritarismo, só temos a lamentar.