Início Geral A ração do seu pet é adequada?

A ração do seu pet é adequada?

Tamara Rocha de Moraes é veterinária e dá algumas orientações sobre a alimentação e nutrientes que os bichinhos precisam

Luciana Mandler
[email protected]

Os cuidados com os pets devem ser diários. A alimentação é um deles. A ração precisa ser adequada à espécie (cão ou gato), à fase da vida do bichinho (filhote, adulto, idoso), porte (mini, médio, grande). Ainda, segundo a veterinária, com especialização clínica e cirúrgica de felinos, Tamara Rocha de Moraes, o nível de exercícios deve ser levado em consideração, assim como o estado de saúde. “Assim como na gente, existe uma dieta adequada quando existe alguma doença associada”, frisa.

Veterinária Tamara Rocha de Moraes (Crédito: Divulgação)

Para isso é preciso estar atento ao que nossos pets vão ou estão consumindo. “Os níveis de garantia da embalagem da ração não são a única parte a ser analisada, pois existem diferenças de qualidade de ingredientes”, alerta Tamara. “Quando se fala em proteína, por exemplo, as de origem animal são mais bem aproveitadas. Os ingredientes devem ser observados, e rações com presença de carne, frango ou peixe são preferíveis”, aponta.

Ainda conforme a veterinária, cada fase necessita de nutriente diferentes. “Enquanto filhote, em fase de crescimento, cálcio, fósforo, proteínas e calorias precisam ser ofertadas em maiores quantidades”, explica. “Os velhinhos reduzem a absorção de alguns nutrientes pelo intestino, e precisarão de níveis maiores de algumas vitaminas. Também precisam reduzir os níveis de sódio da dieta, para a saúde do coração e dos rins”, destaca.

A profissional observa que em cada fase da vida do animal os nutrientes são os mesmos, mas balanceados conforme as necessidades específicas. “As quantidades de cada nutriente irão variar conforme a qualidade dos ingredientes e conforme o balanço nutricional necessário à fase da vida do bichinho”, salienta.

RAÇAS PEQUENAS E GRANDES

Você já se perguntou por que há diferença nas embalagens, como raças pequenas e grandes? E o que muda em cada uma? Segundo a veterinária Tamara, a diferença básica entre as rações de raças pequenas e grandes está no tamanho do grão, “para facilitar a mastigação e evitar que cães grandes e afobados se afoguem”, revela. “Em marcas super Premium existe acréscimo de alguns suplementos nas rações de cães de raças grandes, principalmente filhotes e raças específicas, com o objetivo de prevenir alguns problemas comuns ao porte e raça. Como por exemplo: condroitina e glicosamina para proteger articulações”, aponta.

QUANTIDADE INDICADA

Nas embalagens de rações há no rótulo a quantidade de comida indicada. É importante seguir essa indicação? Para a médica veterinária Tamara, a quantidade de alimento na embalagem deve ser o ponto de partida para a alimentação, mas pode ser modificado conforme metabolismo individual do animal. “É importante avaliar o escore corporal, pois conforme o nível de atividade e a própria digestão do alimento, alguns vão necessitar de mais ou menos quantidade”, pontua. “Caso tenha que reduzir abaixo do menor nível e seu bichinho continuar gordinho, está na hora de passar para a ração Light”, orienta. A avaliação do escore corporal é feita pela “cinturinha”, segundo Tamara e podem ser vistas na imagem abaixo.

A alimentação de cães, quando filhotes, ocorre de três a quatro refeições/dia. Já adultos, de duas a três refeições/dia. Gatos comem de seis a oito vezes ao dia, de forma que se torna importante adequar o alimento para poder deixar à vontade.

RAÇÃO RECOMENDADA

A médica veterinária Tamara indica rações sem corante, e no mínimo Premium. “As rações classificadas como Standart não são nutricionalmente balanceadas e são feitas com sub produtos e ingredientes de baixa qualidade”, alerta. “Rações contendo farinha de penas na composição, ou que tenham como primeiro ingrediente grãos ou farinha de carnes sem especificar a fonte proteica (frango, peixe, vísceras) tem menor qualidade”, acrescenta.

POSSO DAR ALIMENTO AO PET?

Alguns alimentos saudáveis podem ser oferecidos como petisco, desde que sejam feitos sem sal ou temperos e não sejam a refeição principal. “É importante saber o que o bichinho gosta, para momentos em que está sem apetite ou com dificuldade de mastigar, como quando faz limpeza nos dentinhos”, reflete Tamara.

Para cães: frutas (maçã, banana, manga); legumes no vapor (chuchu, cenoura, brócolis, abobrinha, batata doce); ovo, carnes magras cozidas, biscoitos e sachê para cães de boa qualidade.

Para gatos: carnes cozidas sem gordura (frango, carne de gado, peixe sem espinha, atum em lata ao natural) produtos lácteos – queijo, iogurte natural, leite sem lactose.

NÃO PODE: chocolate, abacate, abacaxi, uva, gordura, produtos temperados, salgadinhos industrializados, comida com cebola e/ou alho.