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A relevância do mercado interno

O fortalecimento do mercado interno foi uma das políticas que deram certo no governo de Lula. Entre méritos e deméritos daquela administração, sem dúvida a economia brasileira ganhou vigor em função do mercado consumidor, promovendo a diminuição das desigualdades sociais. Claro que o governo de Fernando Henrique Cardoso, também com acertos e erros, conseguiu a partir do Plano Real criar um cenário favorável para o desenvolvimento socioeconômico do nosso país. O que seria do mercado interno lulista sem o Plano Real, dos governos Itamar Franco e FHC, que combateram a inflação com uma boa dose de eficiência?

O mercado interno se fortalece pelo consumo e pelo aumento da produção interna. Consumo e produção, favorecem um ao outro. O modelo econômico de Lula se assemelha ao desenvolvimento promovido no Norte dos Estados Unidos, região mais desenvolvida daquele país. No período colonial, o Norte dos EUA apostou no desenvolvimento do mercado interno, realizado nas chamadas “colônias de povoamento”, com trabalho livre. Curiosamente, nas “colônias de exploração” (Sul dos EUA e América Latina), o trabalho era escravo, e as riquezas foram extraídas para beneficiar as chamadas “metrópoles”, os países colonizadores (Espanha, Portugal e Inglaterra, entre outros). Nas “colônias de exploração”, o mercado interno foi desprestigiado, embora houvesse movimentações importantes, mas relegadas a segundo plano pelas metrópoles.

O que fica como lição, pois as “colônias de exploração” tiveram seu desenvolvimento comprometido ao longo de séculos, é a relevância exponencial do mercado interno – sem esquecer das exportações, evidentemente.