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A roda da política

Muitos brasileiros no decorrer desta semana acompanharam a eleição norte-americana, seja pela sua importância para o Brasil, eis que nosso presidente se acha amigo do Trump, ou então para ver quais os rumos da democracia mundial, pois uma eventual reeleição de Trump poderia avalizar a truculência como método eficaz de dominação social.

Escrevo o texto ainda não sabendo o resultado final da eleição, mas as informações dão conta de que Biden deve ser o vencedor do pleito, o que tem muito significado para o mundo, pois, o governo de confronto feito por Trump, não interessa ao mundo, e muito menos para aqueles que ainda acreditam que a democracia é o melhor que conseguimos inventar até agora, como regime político/jurídico. O respeito às regras do jogo, como ensinou Bobbio, é condição sem a qual os regimes democráticos não sobrevivem.

A petulância de Trump, ao querer que parassem a contagem dos votos, é somente mais uma atitude tresloucada, que joga para sua torcida, e dá mais uma demonstração de ser uma liderança negativa para boa parte dos americanos e também muitos outros mundo afora, que defendem o fim do politicamente correto.

O que se viu da eleição americana, é que o país está dividido, que os defensores da “America First” têm muitos adeptos, e que, mesmo latinos e negros, que lá vivem, votaram na política nacionalista de Trump. As motivações destes votos são variadas, mas talvez o sucesso econômico possa ser um dos fatores que mais tenha pesado, e a realização do “sonho americano”, para aqueles que lá estão, com garantia de que outros não mais possam imigrar, seja algo que pesou na decisão.

Mas a vitória de Joe Biden (se confirmada), é sem dúvida um alento importante para a política mundial, pois em tempos complexos que vivemos, é muito bom ver um homem de 77 anos mostrar energia e vontade de melhorar as relações entre as nações. A lição de vida de Biden, que passou por muitas provações na vida, somente demonstram a importância de manter a chama da vida acesa, e acima de tudo, deixa a lição de que temos muito a aprender com as pessoas maduras e que viveram mais do que nós. Uma bela lição para jovens políticos que estão muito preocupados com seu umbigo.

Para o presidente do Brasil, talvez fique a lição de que a truculência tem vida curta, o que talvez Bolsonaro sequer tenha condições de entender.