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A sucessão episcopal

Dom Canísio Klaus*

Tenho a graça de partilhar a alegria que senti no último final de semana de fevereiro, ao participar da missa de posse dos bispos de Diamantino, MT e Cachoeira do Sul, RS. Em ambas as celebrações pude testemunhar a vibração do povo pelo fato de estar recebendo seu novo bispo.
A Diocese de Diamantino estava sem bispo desde o momento em que eu recebi a transferência para Santa Cruz do Sul, em maio de 2010. Durante este período, ela foi administrada com muita dedicação e competência pelo Pe. Reinaldo Braga Junior. Agora o povo de Dimantino está vibrando com Dom Vital Chitolina, que, inspirado no lema preparar o caminho do Senhor vem com a missão de confirmar na fé o Povo de Deus e motivar os padres e agentes de pastoral a buscarem novas formas de evangelização a partir das Missões Populares.
Em Cachoeira do Sul, Bento XVI acolheu o pedido de renúncia de Dom Irineu Wilges, que completou 75 anos de vida em outubro de 2011. Com seu jeito “franciscano” de ser, Dom Irineu cativou o povo das comunidades, deixando várias obras e muitos amigos nas cidades e no interior da Diocese. Em seu lugar, assumiu Dom Remídio Bohn, cujo ideal episcopal é criar uma grande fraternidade na Diocese, baseado em seu lema episcopal Todos somos irmãos. Tanto a celebração de despedida de Dom Irineu quanto a celebração de acolhida de Dom Remídio foram marcadas por muita alegria, fé e emoção.
Para o povo a quem é enviado, o Bispo tem “de modo particular, a tarefa de ser profeta, testemunha e servo da esperança” (Exortação Apostólica Pastores Gregis, de João Paulo II, nº 3).  Ele é sinal e promotor da unidade da Igreja, “porque se encontra sempre e continuamente unido com os seus irmãos no episcopado e com aquele que o Senhor escolheu como sucessor de Pedro” (PG, nº 7).
Como pessoa humana, o Bispo tem suas limitações, assim como o grupo dos apóstolos as teve. Muitas vezes ele não é a pessoa mais sábia e nem a mais piedosa. Mas ele tem consciência de ser enviado por Jesus Cristo, o Bom Pastor, “para que, como atesta santo Irineu, a tradição apostólica fosse manifestada e guardada ao longo dos séculos” (PG, nº 6).
Nas duas celebrações de que participei, pude testemunhar, mais uma vez, o carinho que o povo tem para com o seu Bispo. E é este carinho que nós também queremos demonstrar para com Dom Sinésio Bohn, nosso Bispo emérito, que está vivendo o seu ano jubilar de vida sacerdotal.
Parabéns às dioceses de Diamantino e Cachoeira do Sul por seus novos bispos. Que Deus abençoe o trabalho de Dom Vital e Dom Remídio e que conserve na saúde e na paz os bispos eméritos, particularmente nossos irmãos Dom Irineu Wilges e Dom Sinésio Bohn!

*Bispo de Santa Cruz do Sul