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A vida é paradoxal e complexa

Um dos principais costumes atuais é assistir séries nos serviços de streaming. Nos últimos 30 anos, uma das séries mais populares da televisão foi a animação ‘Os Simpsons’, exibida em diferentes canais no Brasil, como Globo, SBT, Band e Fox. Apresentando uma família que participa das mais curiosas histórias, ‘Os Simpsons’ demonstrou uma capacidade crítica, embora seu foco principal estivesse direcionado ao entretenimento.

Em um episódio da série, a jovem Lisa Simpson assume a responsabilidade de instruir algumas crianças que não conheciam o “mundo exterior”. Lisa, a personagem mais intelectualizada de sua família, aproveitou a oportunidade para enriquecer as mentes dessas crianças. Levou-as para conhecer a arte e o cinema, até que surge a figura de Krusty, o Palhaço, um personagem antigo da série.
Krusty, animador de programas infantis na televisão, resolve explorar as crianças e as expõe ao ridículo diante do público televisivo. O episódio em si explicita a dualidade entre cultura e mercado. Claro que, neste caso, o mercado é colocado em uma de suas piores formas. Pois, apesar de tudo, o mercado é necessário, o problema é quando ele se torna explorador, representado em ‘Os Simpsons’ pela figura de Krusty.

A sorte, no episódio em questão, é mais uma vez a personagem de Lisa, que consegue ainda salvar as crianças das “garras” gananciosas de Krusty. As crianças, aliás, fazem um agradecimento a Lisa. Elas reconhecem que a jovem as apresentou às maravilhas do “mundo exterior”, mas, ao mesmo tempo, agradecem a Lisa por tê-las resgatado das crueldades desse “mundo”. De fato, a vida é paradoxal e complexa. Frustrante e fascinante.