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Afonso Schwengber: governo participativo

LUANA CIECELSKI
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Ele nasceu em 27 de setembro de 1946, em Linha Travessa, no interior do Rio Grande do Sul. Foi criado pela mãe que ficou viúva quando ele tinha 5 anos, e que cuidou também de outras oito crianças. Concluiu o ensino médio em Santa Cruz. Trabalhou por cerca de 30 anos do Comercial Zimmer Goettert, uma ferragem localizada no Centro de Santa Cruz. Atua desde 1987 em sindicatos da cidade e nesse meio tempo foi vereador pelo Partido dos Trabalhadores (PT), mandato do qual se orgulha por ter sido encerrado com o sentimento de dever cumprido para com a comunidade. Posteriormente ajudou a fundar o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e depois o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), partido ao qual é filiado atualmente. É pai de quatro filhos, avô de sete netos, divorciado, aposentado e  agora também candidato a prefeito de Santa Cruz. Seu nome é Afonso Schwengber. 

Afonso Schwengber junto dos netos

Afonso decidiu se candidatar pra representar uma causa, uma forma de fazer política que, conforme o próprio candidato, não utiliza as energias apenas para as eleições, não vive apenas em função das campanhas eleitorais. “O PSTU já atua no dia a dia”, explica. E é para mostrar a comunidade essa outra política que se faz presente nas corrida eleitoral. “Uma eleição não muda a vida das pessoas. O que muda é o trabalho que é feito pela comunidade”. O que mais incomoda Schwengeber é ver “as coisas sendo ditas sem ter ninguém para contestar, vem as decisões serem tomadas sem ninguém para apresentar a verdade sobre os fatos”. Ele considera que esse é seu papel. Garante que foi esse seu trabalho enquanto vereador na década de 90, e que jamais soube de alguém que tenha se arrependido de ter dado seu voto a ele. 

“Grandes projetos são aqueles que cuidam das pessoas”

Seu governo, ele garante também, terá como principal característica a participação da comunidade. Com a construção de associações comunitárias onde a população terá espaço para apresentar suas reivindicações. “Nós chamaremos a comunidade a participar, porque nós fazemos assim. Dentro do próprio PSTU é assim”. Não esconde que seria um governo para a comunidade mais pobre e trabalhadora, e diz que incentivaria a igualdade, assim como a produção coletiva e a apropriação coletiva. Que buscaria solucionar os problemas a partir de sua origem, tratando, por exemplo, não das doenças das pessoas, mas buscando melhorar a qualidade de vida para que se evite ficar doente. Ou cuidando para que as crianças tenham acesso à educação e cultura para que seja menos necessária a polícia repressora de crimes. “Buscaremos fazer diferente para obter resultados diferentes”. 

E não teriam problemas com os projetos do governo atual, desde que a comunidade diga que gosta deles. Cita como um exemplo, a construção das ciclovias. “Eu daria continuidade a isso, sem problemas, porque se o projeto é bom, as pessoas vão gostar, então como vou tirar isso?”. Um dos projetos que procuraria encerrar, no entanto, por ter sido contra desde sua criação é o do Estacionamento Rotativo Pago. Ele justifica que o Rapidinho nunca foi eficaz, porque a cidade continua sem ter vagas de estacionamento, e que é injusto com a comunidade que já paga os impostos. No que depender dele, o comércio também não abriria nos domingos. “É desnecessário. Tem a semana inteira pra fazer compras. Domingo é dia de ficar com as pessoas que gostamos. Descansar. Fazer o contrário é um consumismo besta”. 

PROPOSTAS

Confira as propostas do candidato para algumas áreas:

Afonso Schwengber (PSTU) ˆ direita, ao lado do candidato a vice de sua chapa, Alexandre Haas (PSTU)

Segurança: para Afonso, segurança começa a existir quando há cultura, educação, esporte e lazer para todos. Escola em tempo integral. “A polícia deveria ser sempre o último recurso e não o mais recorrente. Vamos investir nos jovens para mudar a realidade a partir de sua origem. E a repressão sozinha não resolve isso. Nenhuma criança nasce com uma arma na mão. Isso acontece ao longo da vida por causa de uma série de fatores. É nisso que vamos trabalhar.”

Saúde: num primeiro momento, uma ação de Afonso como Prefeito, seria o de ampliar o poder do Conselho Municipal de Saúde, isso porque o conselho é composto por representantes de diversos sindicatos, associações de moradores e outras organizações, e Afonso acredita que eles é que compreender a verdadeira situação da saúde. Além disso, também seria dado mais poder à Unidade Municipal de Referência em Saúde do Trabalhador (Unrest) e ao Centro Regional de Referência em Saúde do Trabalhador da Região dos Vales (Cerest). “Hoje elas podem ir em uma empresa e identificar uma série de problemas relacionados à saúde do trabalhador. Mas não podem fazer mais do que um laudo. Não podem exigir que isso seja resolvido”, diz. O governo de Afonso criaria uma legislação que possibilitasse essa atuação mais efetiva. “Dessa forma vamos tratar a saúde e não a doença. É isso que nós defendemos”. 

Cultura: as pessoas vão definir o que querem de projetos na área de cultura, no governo de Afonso. “Isso não pode vir da minha cabeça, porque a cultura é uma coisa que está nas comunidades. Não posso impor um projeto”. As pessoas vão fazer essas definições atrás dos já citados conselhos populares.

Meio Ambiente: “fui um dos primeiros aqui de Santa Cruz a ser perseguido pelas construtoras por defender o Cinturão Verde e o nosso meio ambiente”, conta Afonso. “Só eu já devo ter produzido uma centena de mudas para serem plantadas pela cidade, porque eu faço isso permanentemente”, completou, buscando apresentar sua relação com a natureza. O candidato diz condenar o interesse econômico que existe dentro da reserva ambiental e garante que em seu governo isso não continuaria. Schwengber também garantiu que em sua administração não haveria nenhum tipo de asfaltamento. “Nossa cidade é conhecida pelo paralelepípedo. Não vamos passar asfalto por cima disso. Aumenta a temperatura e estaríamos trabalhando contra nós mesmos que somos parte da natureza”.

Administração pública: Afonso garante que não haverão Cargos em Comissão (CCs) porque considera essa atitude como uma desvalorização aos funcionários concursados da administração pública. “Muitos dos CCs são desqualificados, mas ficam em cargos superiores e recebendo salários que chegam a ser desmoralizantes para aqueles que estudaram, passaram em um concurso e provaram seus conhecimentos para estar onde estão”. O candidato também considera que essa atitude geraria uma economia muito grande, que possibilitaria melhorar o salário dos próprios funcionários. “Grandes projetos são aqueles que cuidam e valorizam as pessoas”, completou.