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Campanha de vacinação contra a gripe tem baixa procura

Em Santa Cruz do Sul, a meta de cobertura de 90% percentual chega em 36,8%

Luciana Mandler
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A Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza A, conhecida ainda como H1N1, iniciou no fim da primeira quinzena de abril. Diferente de anos anteriores, em 2021 foi dividida em três etapas. A terceira e última é destinada para pessoas com comorbidades, integrantes das forças de segurança e salvamento, condições clínicas especiais ou com deficiência permanente, caminhoneiros, trabalhadores de transporte, funcionários do sistema prisional, população privada de liberdade e adolescentes em medidas socioeducativas. O começo da última fase se deu na quarta-feira, 9, e se estende até 9 de julho.

Na primeira etapa, que ocorreu de abril até maio, os grupos prioritários eram crianças, trabalhadores da saúde, gestantes, puérperas e povos indígenas. Na segunda, ocorrida de maio a junho, foi destinada para idosos com 60 anos ou mais e professores. Em Santa Cruz do Sul, o público-alvo soma cerca de 56.350 pessoas.

Embora a campanha tenha iniciado em abril, o que preocupa a área de saúde é a baixa procura. Até essa quinta-feira, 10, 21.409 doses foram aplicadas, o que representa apenas 36,8% da meta de cobertura estimada em 90%.

Para a secretária Municipal de Saúde, Daniela Dumke, as coberturas realmente não estão boas, “mas é um evento em nível nacional que está ocorrendo”, frisa. A secretária avalia que isso ocorre em virtude da pandemia de Covid-19 – em que há vacinação – e da campanha contra a gripe ocorrerem juntas. “Ou seja, duas grandes campanhas. E principalmente por terem grupos populacionais a serem vacinados concomitantes, e por ser necessário aguardar intervalo de 14 dias entre cada vacina”, explica. “É uma série de fatores que acabam prejudicando a vacinação contra a gripe”, lamenta.

Mesmo que a prioridade seja a imunização contra o coronavírus, a secretária salienta que, após passar o período dos 14 dias, a população que faz parte dos públicos-alvos procure as unidades de saúde para vacinar contra a gripe também.
Quem reforça a importância de imunizar-se para evitar a transmissão da gripe é o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros: “Considerando a pandemia de Covid-19, quanto mais pessoas estiverem protegidas das complicações causadas pela gripe, menos sobrecarga para o sistema de saúde”.

ONDE SE IMUNIZAR?

A aplicação das doses ocorre em todos os postos de saúde, no horário normal de atendimento.

OS NÚMEROS

| Doses distribuídas para RS: 2.949.600
| População alvo em Santa Cruz: 56.350
| Doses aplicadas em Santa Cruz: 21.409
OBS: Somando as doses aplicadas com base nos grupos prioritários, o montante é de 20.844 doses. De acordo com o coordenador do setor de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde (SESA), enfermeiro Roger Rodrigues Peres, as 21.409 doses podem refletir nas doses aplicadas, mas não necessariamente no número de pacientes vacinados. Talvez porque tenha crianças que fizeram o esquema de duas doses, com intervalo de 30 dias.
| Cobertura vacinal: 36,8%

Grupo prioritários (Santa Cruz)
Confira abaixo o número de pessoas que já se vacinaram e o percentual de cobertura por público-alvo:
| Idosos: 11.214 – cobertura vacinal 46%
| Crianças: 5.182 – cobertura vacinal 62,2%
| Trabalhadores saúde: 3.051 – cobertura vacinal 56,3%
| Professores: 623 – cobertura vacinal 32,1%
| Gestantes: 531 – cobertura vacinal 43,9%
| Puérperas: 136 – cobertura vacinal 68,4%
| Forças de segurança e salvamento: 70
| Caminhoneiros: 15 – cobertura vacinal
| Pessoas com deficiência permanente: 9 – cobertura vacinal 0,3%
| Trabalhadores de transporte: 9
| Adolescentes em medidas socioeducativas de 12 a 21 anos: 4
Fonte: Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (Sipni)