Início Esporte Maurício Big Castilho: de Santa Cruz para o mundo

Maurício Big Castilho: de Santa Cruz para o mundo

Maurício Big Castilho venceu três mundiais no Muay Thai – Arquivo Pessoal

Nelson Treglia
[email protected]

Tricampeão mundial de Muay Thai em 2017, 2018 e 2019, o santa-cruzense Maurício Big Castilho é um dos principais atletas da história do município. Curiosamente, no âmbito esportivo, Big começou no basquete, uma modalidade marcante na trajetória de Santa Cruz do Sul. “Poucas pessoas sabem que joguei basquete”, lembra o atleta. Dos 11 aos 16 anos de idade, ele jogou no antigo Corinthians Sport Club, atualmente União Corinthians.

Pelo clube, Big conquistou três campeonatos estaduais e foi chamado para a Seleção Gaúcha. Aos 17 anos, foi jogar no Bandeirante em Brusque (SC), onde permaneceu por dois anos. Quando voltou para Santa Cruz do Sul, passou a integrar o Exército Brasileiro. Foram cinco anos nas Forças Armadas. “O Exército teve um papel fundamental na minha formação como homem e como ser humano”, revela Big. “Muitos aprendizados do basquete e do Exército, eu levo até hoje no meu mundo esportivo, no mundo da luta”, acrescenta.

O tricampeão mundial pratica atividades esportivas desde os nove anos de idade. “O esporte é a minha vida, vivo para o esporte”, garante. Nos tempos de Exército, Big entrou em contato com o Muay Thai. “Alguns amigos me convidaram para um treinamento. Fui a uma academia antiga chamada Evolução, na Avenida do Imigrante, onde fiz meu primeiro treinamento, em 2004”.

Naquela época, o objetivo de praticar Muay Thai estava vinculado ao condicionamento físico e à defesa pessoal. Depois veio um interesse maior pela modalidade. “Logo isso aflorou e começaram os treinamentos mais árduos”, conta o atleta. Até 2009, houve paradas e retornos de Big em relação ao Muay Thai. A partir daquele ano, houve de fato uma intenção maior em competir.

“Sempre digo que, para obter grandes conquistas, é preciso ter grandes atitudes. É preciso abrir mão de muitas coisas, é preciso saber que você vai sentir muita dor, para conquistar aquilo que você realmente quer”, relata Maurício Big Castilho. Colhendo vitórias e derrotas, ele tornou-se campeão mundial pela primeira vez em 2017. “O atleta de alto rendimento precisa de insistência, persistência e resiliência, pois sabe que vai se machucar, vai perder, vai sentir dor, e ainda assim tem que seguir em busca de seus objetivos. É preciso saber o que você perde hoje, para colher amanhã.”

SENNA, JORDAN E ALI

Big é fã de grandes atletas do esporte mundial, como por exemplo Ayrton Senna, Michael Jordan, Muhammad Ali e muitos outros que serviram de espelho para sua carreira. Segundo o santa-cruzense, esses atletas são referência para pessoas de outras áreas, além do esporte. “O Ayrton Senna, além de ser um ídolo nacional, é até hoje exemplo em termos de foco, atitude e determinação”, avalia. O boxeador Muhammad Ali, ídolo do século 20, é referência nos treinamentos de Big.

CARINHO POR SANTA CRUZ

“Nascido e criado em Santa Cruz do Sul, tenho um carinho incrível pela nossa cidade. Acredito muito nesse fator de acolhimento, de todo mundo se conhecer”, define Maurício Big Castilho. Ele explica que, embora a cidade tenha crescido ao longo dos anos, ainda existe este fator de acolhimento em Santa Cruz. “A nossa cidade e a nossa cultura são muito bonitas. Santa Cruz é um exemplo, é uma cidade referência no estado, não só pelas nossas indústrias, mas também pela nossa cultura.”

Atualmente, Big mora na cidade de New Tampa, no estado da Flórida (Estados Unidos), e desenvolve trabalhos relacionados ao esporte como professor e atleta na Academia Márcio Cruz. O santa-cruzense está desenvolvendo seu aprendizado na língua inglesa e no esporte para alcançar novas metas. “Tenho saudades de meus amigos, de toda nossa cidade, tenho saudades do meu filho, que é minha maior relação com Santa Cruz do Sul. Meu filho reside em Santa Cruz. Sempre retornarei para a cidade, para revê-lo”, destaca o tricampeão mundial.

Atleta santa-cruzense (à direita) hoje mora nos Estados Unidos, mas tem saudades de Santa Cruz do Sul – Arquivo Pessoal