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Deejay: Profissão como estilo de vida

Diego Dettenborn – [email protected]
 
DJ é uma sigla em inglês que significa disc jockey, ou em português, disco jóquei. O mais comum é usar a sigla (que deve ser pronunciada “dee jay”) em vez do nome completo. Originalmente o termo foi criado para retratar o locutor de rádio que tocava música através dos discos, o que já não é comum nos dias de hoje. 
O conceito de DJ foi sendo alterado significativamente com o passar do tempo e com o aparecimento de novas tecnologias. Foi a partir do final da década de 90 que a profissão começou a ser consolidada no Brasil e de lá para cá eles passaram a fazer parte e até mesmo ser a principal atração das maiores festas do país e do mundo. 
No entanto a trajetória de quem opta por este estilo de vida não é nada fácil e exige dedicação, esforço, conhecimento e muito estudo. O Riovale Jornal conversou com dois dos principais deejays do país e também com Fabrício Garibaldi Rodriguez, profissional santa-cruzense.
Fabrício conta que foi através do apreço pela música que se deu verdadeiramente o contato com os vinis e com a profissão de deejay.  “No começo o rap me encontrou e eu encontrei o rap. Morava em Porto Alegre e foi em 1997 que eu vim para Santa cruz e percebi que não existiam festas com este estilo. Comecei a tocar em festas de amigos, a difundir também o hip hop e por volta de 2004 fui a fundo”.
Hoje em dia Fabrício é referência como deeejay em solo santa-cruzense. Responsável pelo projeto Black Box, ele já se apresentou na maioria das casas da região. “É o que quero para minha vida, é minha profissão. Eu sempre tive, paralelo a isso, outras funções. Estudei comunicação, trabalhei em jornal, sempre levava como hobby, mas hoje trabalho e vivo do que produzo como DJ”, conta.

Arquivo Pessoal

Fabrício Garibaldi é referência na região dos Vales
 
 
 
 
 
MF
 
Foi com 23 anos que Carlos Soares, o MF, tornou-se deejay e desde então tem conhecido todos os cantos do país e também alguns lugares do mundo através da música e do seu trabalho. A inspiração veio de um astro ímpar da história da música mundial: Michael Jackson. O paulista conseguiu através de muita dedicação atingir um feito para poucos: unir trabalho com prazer. 
“É a realização de um sonho, pois antigamente ser deeejay era uma loucura, hoje já é uma profissão. Quando falei para os meus pais que eu queria ser só deeejay, naquela época, acharam que eu era maluco que eu ia morrer de fome e tudo mais. Hoje estou aqui, viajo para vários lugares e é o meu trabalho”, destaca MF, 36 anos.
Mais do que nunca o deeejay como profissão já é a consolidação de um especialista musical, ou pelo menos assim teria que ser na essência. MF destaca o que, segundo ele, também é função do deeejay. “Existem vários tipos, mas acredito que o deejay também deve educar musicalmente quem está ouvindo. Eu respeito muito o público no sentido de não tocar qualquer coisa, mostrar músicas novas. É preciso direcionar o trabalho, estudar, ir atrás. Acredito que na balada no sentido de educar o DJ é o pai da galera que está ali curtindo”.
Recentemente MF tocou em festas fora do país, em casas badaladas de Londres, no entanto, apesar do conhecimento adquirido, as vezes a emoção está nos lugares menos esperados. “Toquei em Macapá e tinha uns meninos de uma tribo indígena que me chamaram muita atenção. Fui dar um workshop e eles realmente me surpreenderam. Às vezes a experiência vem de onde menos esperamos”, revela.
 
Reprodução/Internet

MF: “Eu respeito muito o público, não toco qualquer coisa”
 
 
 
 
 
 
 
Rockmaster
 
André Eugênio Pires, ou simplesmente André Rockmaster. Um dos artistas mais perspicazes da atualidade no Brasil já foi jogador de futebol e hoje em dia roda o mundo evidenciando o talento como deeejay. “Minha história como dj começou em 1991 em São Paulo, na época eu tinha 14 anos e a gente só podia ir para as domingueiras. Sempre dancei, mas também sempre ficava atento ao trabalho do deejay. Eu jogava futebol e com o dinheiro que eu recebia no Palmeiras eu comprava os vinis. Foi assim que comecei a desenvolver a ideia, nos fundos da minha casa”. 
Entre universos diferentes, como o do futebol, da dança, da educação física e da música, foi com 28 anos que André fundou a Rockmaster Party, uma das festas mais tradicionais do segmento no país. Desde então o Deejay retornou de forma efetiva a tocar e não parou mais. Recentemente André tocou em Nova Iorque, a convite dos organizadores.  
Ainda segundo Rockmaster foi ao final da década de 90 que o profissional ganhou valorização. “O deejay até então sempre ficava num cantinho escondido tocando na festa e as pessoas nem sabiam realmente quem ele era. Depois a música eletrônica começou a se propagar, todo mundo depois disso quis ser deejay”, declara. “Não é problema nenhum, acho que se você tem a música na veia, é válido. Na verdade existe muita balela, muita gente não sendo deeejay, pois aproveitou o gancho em virtude de hoje o deejay ser atração nas casas e todo mundo quer se engajar na profissão”.  André Rockmaster define um bom deejay. “É um lance muito sério, exige muito conhecimento musical e muita dedicação. O grande deejay hoje é o cara que consegue sentir o que quem ta na pista quer ouvir e fazer então as pessoas se moverem, interagirem, este é o grande barato”.

Anderson Lima

Rockmaster já tocou em Nova Iorque. Futebol também fez parte da vida do deejay