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Dia do garçom: Uma profissão que exige comunicação

Cássio Rodrigo Fischborn, garçom há 24 anos

Etiene Faccin
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“De todos os bares, de todas as cidades, no mundo inteiro, ela tinha que entrar justamente no meu”, frase emblemática, pronunciada pelo ator Humphrey Bogart no clássico dos cinemas, “Casablanca”, ao interpretar um exilado americano que trabalhava como garçom em uma casa noturna.

No ritmo de “Casablanca”, hoje, 11 de agosto, é comemorado, no Brasil, o Dia do Garçom. De origem francesa – garçon – significa rapaz, garoto. Os brasileiros passaram a associar o termo para se referirem a esses profissionais em razão de ouvirem os turistas franceses, em bares e restaurantes, chamando de “garçon” os rapazes que atendiam ao público nesses locais.

Com 24 anos de amor à profissão, Cássio Rodrigo Fischborn, 40 anos, tem uma rotina de trabalho bastante agitada: se desdobra como garçom em dois restaurantes da cidade. Ele recorda que começou na profissão em 1996. Seu pai tinha uma farmácia próxima à Afubra, em frente ao restaurante Bom Gosto. A família morava em um chalé localizado na parte de trás da farmácia e Fischborn estudava na escola Goiás. Certo dia, em uma conversa com dona Rosa, proprietária do restaurante, recebeu a primeira oportunidade de emprego.

Foi nesse momento que seu destino profissional começou a ser traçado. Ao meio dia rumava para o restaurante. Era o encarregado de lavar os pratos e fazer o suco de laranja. Conforme foi entendendo a logística de trabalho, recebeu uma promoção e o salão do restaurante se tornou seu novo desafio. Os nove anos em que atuou como garçom no mesmo lugar lhe renderam muita experiência.

O desejo de se especializar ainda mais na carreira surgiu aos 21 anos através de uma oportunidade para realizar alguns cursos na área. Com mais três amigos garçons, partiram para a cidade de Búzios, no Rio de Janeiro. Fischborn frequentou os cursos de: Espanhol, Barista e Garçom de espumantes e vinhos. Conciliou os estudos atuando em badalados restaurantes e bares cariocas, o que lhe rendeu ainda mais conhecimento. “Esse momento marcou o aperfeiçoamento da minha vida profissional”, acrescenta.

Com seu jeito engraçado e divertido, o garçom nos conta que certa vez foi servir um vinho para um cliente estrangeiro, provavelmente argentino, e perguntou: “como está o vinho?” e o cliente respondeu: “muito bom, mas só pra salada”.

“Se tu atender mal uma pessoa, ela vai te tratar mal também. Às vezes, a pessoa chega de mau humor, mas um sorriso que tu der, uma brincadeira que tu fizer, que for do agrado da pessoa, ela muda totalmente”, informa Fischborn.

Segundo ele, a maior dificuldade da profissão “é conseguir atender uma pessoa que fala outra língua”, além disso, pontua que “conseguir gente para trabalhar que tenha profissionalismo é muito difícil”.

São em torno de 200 a 300 pessoas em um restaurante por dia, cada uma com um tipo de humor e o garçom precisa entender isso para conseguir atender da melhor maneira. “Pra mim, não é mais trabalho é um hobby, está no meu sangue. Eu já faço isso há muito tempo”, finaliza Fischborn.

Quanto à remuneração, o garçom informa que “a profissão não paga mal, graças a Deus ganho bem, construí toda a minha casa, não posso me queixar. Eu plantei os frutos no passado e hoje estou colhendo”.