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Diocese de Santa Cruz do Sul | Comissão busca auxílios para restaurar a Catedral São João Batista

Projeto inicial é de R$ 6,2 milhões e abrange pintura interna, nova iluminação e instalação elétrica

O presidente da Comissão de Restauro, Paulo Roberto Habekost, e o padre Rodrigo Hillesheim

Fabrício Goulart
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O maior templo neogótico da América do Sul se prepara para aquela que deve ser a sua mais intensa intervenção. Para viabilizar as obras previstas, a Diocese de Santa Cruz do Sul e a Comissão de Restauro, há exatos 30 dias fizeram o lançamento da campanha de arrecadação Abrace a Catedral. Agora, para intensificar a angariação de fundos, os representantes da comunidade deverão buscar auxílio junto a empresas da região.

O processo atual, diferentemente de todos os outros já feitos, contempla o interior da Catedral São João Batista. Há questões elétricas a serem resolvidas e outras de pintura e iluminação, que está relacionada a um sistema luminotécnico – um projeto para a melhoria visual. “É um sistema que é usado na arquitetura moderna para realçar os arcos e formas construtivas”, explica o presidente da comissão, Paulo Roberto Habekost.

Em uma visita ao grande monumento de Santa Cruz do Sul, Habekost aponta arcos, vitrais, torres, plebistério, janelas e portas que deverão ser destacados com efeitos de luzes. “Luminais vão refletir para o teto, para mostrar a beleza que ele é. Quem olha para a catedral, muitas vezes, não olha para cima. Entra e passa despercebido”, avalia.
A pintura é uma questão à parte, já que além da mão de obra especializada, grande parte dos detalhes estão a vários metros de altura. De acordo com o arquiteto Ronaldo Wink, autor do livro Catedral São João Batista, em 1939 foram realizadas as primeiras pinturas internas por Arno Seer. Dez anos depois, foi necessária a repintura devido aos estragos ocasionados por chuvas e infiltrações. O que conhecemos hoje, após várias décadas, apresenta intenso desgaste pela passagem do tempo.

Acesso às torres não pode ser liberado sem estrutura adequada

O projeto de restauração é orçado em R$ 6,2 milhões e contempla as questões consideradas essenciais. Mas outros dois projetos também são almejados pela comissão e estão relacionados à abertura da catedral para a visitação pública. No primeiro, será instalado um elevador em uma das torres, e também deverão ser instalados corrimões nas escadas de acesso. Atualmente, é vedado à comunidade a visita ao alto do monumento. Com o projeto em prática, a população poderá ir às torres contemplar uma visão única do município.

Em uma passagem pelo local, é fácil compreender os motivos da limitação. Além da falta de um suporte de apoio às mãos, as escadas possuem dimensões diversas: alguns dos lances são extremamente estreitos, o que pode facilitar acidentes e quedas. Paulo Roberto Habekost conta que atualmente a São João Batista possui um Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI) apenas para a estrutura interna inferior, até o coro – acima da porta de entrada.
O segundo projeto de visitação é o de um museu diocesano, que deverá ser instalado no inexplorado porão da catedral. Conforme o pároco, padre Rodrigo Hillesheim, o importante no momento, contudo, são as obras essenciais, que deverão durar de 4 a 5 anos, dependendo diretamente do resultado junto às empresas: “Pode estar entrando, de repente, esses recursos já no ano que vem. O tempo de conclusão dependerá diretamente disso.”

Algumas etapas já foram concluídas

A reforma está dividia em oito etapas não lineares. Conforme Paulo Roberto Habekost, algumas já foram, inclusive, concluídas com a entrada de recursos. Já foram feitos os restauros das portas internas e externas, janelas e escadas – algumas partes foram recuperadas e algumas peças precisaram ser substituídas. Também já foram feitas pinturas antichamas em todas as estruturas.

Elevador em uma das torres possibilitará acesso à estrutura superior

Na parte superior, que ainda não pode ser aberta a visitas, foi impermeabilizada a futura passarela superior que servirá para passeio. Com isso, evita-se as infiltrações dos telhados às paredes internas, antes um grande problema. O transformador do projeto elétrico também já foi substituído.

Duas empresas especializadas na recuperação de igrejas já foram selecionadas. Inclusive, fizeram mostras do trabalho no interior da catedral. Para viabilizar todo o trabalho almejado, a comissão também irá recorrer à Lei de Incentivo à Cultura. “Chama a atenção a imponência dessa obra que os nossos antepassados construíram. Eles criaram, e hoje a nossa missão é mantê-la”, pontua Habekost.

Pinturas internas integram complexo restauro necessário
Fotos: Fabrício Goulart

Como contribuir

Doações de qualquer valor podem ser feitas pelo pix [email protected] ou diretamente na secretaria da paróquia. Para mais informações, entre em contato por (51) 9802-34836, ou pelo perfil da campanha no Instagram: @abraceacatedral.