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E agora, que carreira vou seguir?

Para quem ainda está em dúvida de qual profissão escolher, a psicóloga Karine Baumhardt dá dicas e reflete sobre o assunto

Luciana Mandler
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O fim do ano está aí. E com a chegada do próximo ano, é hora de se preocupar com as provas de vestibular, e Enem. É neste momento que muitas pessoas acabam se questionando: que carreira quero seguir? Existe uma certa pressão social vinda de familiares, amigos, curiosos que querem saber qual será a sua profissão. Mas essa escolha nem sempre é tão simples assim. “Ela perpassa pelo nosso autoconhecimento, valores, o que gostamos, o que não gostamos, o que dá dinheiro, o que nossos pais falam, enfim, há uma série de fatores”, explica a psicóloga Karine Baumhardt.

Psicóloga Karine Baumhardt. Foto: Luciana Mandler



Ainda, segunda a profissional, além disso, muitos sentem como uma obrigação ter que escolher uma carreira que ‘dizem’ que deve ser pelo resto da vida, “mas não é bem assim”, ressalta. “Para os que já estão decididos, ótimo. Mas para os que não estão, peço calma, prudência. Isso é natural e você não está sozinho”, sublinha.

Karine lembra: “você pode mudar de opinião, de vontade… encontrar outro caminho que faça mais sentido. Falo isso porque, muitas vezes, o jovem acaba tomando uma decisão muito precipitada na escolha da sua profissão, por essa pressão social, e se arrepende no meio do processo, e não tem coragem de falar isso para a sua família, o que acaba gerando sofrimento psíquico”.

Segundo a psicóloga Karine, não é fácil escolher uma profissão, a gama de escolhas é ampla. “Normalmente começamos com macro possibilidades até reduzirmos para o micro”, explica. “Pensar em uma carreira requer autoconhecimento, o que eu gosto de fazer, o que me dá prazer em estudar, sobre o que eu quero descobrir, quais são as minhas habilidades e onde eu consigo aplica-las. Além disso, é preciso ter em mente o que é importante para mim, este é um processo estritamente individual”, diz. Tente evitar satisfazer seus pais, amigos e familiares, e lembre que cada pessoa tem o seu tempo, acredita a profissional.
Caso a pessoa tenha curiosidade a respeito da profissão a seguir, é interessante participar de eventos universitários, feiras de profissões e conversar com profissionais da área. Fazer estágio também auxilia e muito. “Verificar na prática como funciona determinada profissão é muito valioso”, salienta. “Além disso, posso começar a relacionar quais são as minhas habilidades pessoais e se elas se encaixam na profissão que eu gostaria de seguir”, completa.

INDECISÃO

A psicóloga Karine aponta o que pode contribuir para a indecisão. “É a grande quantidade de opções profissionais, tais como faculdades, cursos técnicos, profissionalizantes, querer ter seu próprio negócio, além da pressão (interna e externa) em ter que definir sua profissão”, avalia. “Nessas horas, a pessoa pode se sentir confusa, invadida e pressionada a escolher algum caminho”, completa. Muitas vezes a ideia de que precisa ter algo em mente e definido quando estiver finalizando o ensino médio gera angústia, ansiedade, indecisão e escolhas precipitadas.

Outro fator que pode gerar mais dúvidas na escolha da profissão é a pressão e cobrança dos pais. “Embora muitos não percebam conscientemente o que estão fazendo”, analisa. “Obviamente, querem o melhor para seus filhos, querem que sejam felizes, tenham uma profissão que lhe faça feliz, e um bom futuro financeiro, que esteja ‘encaminhado na vida’. Entretanto, alguns acabam projetando seus desejos e expectativas nos filhos”, reflete Karine. Ainda de acordo com a profissional, em alguns casos, os pais gostariam que os filhos sejam aquilo que não foram ou não puderam ter. “Muitas vezes não se dão conta de como isso pode ser estressante e angustiante para o filho e ele se esquece de olhar para si para se preocupar em suprir as expectativas dos pais, e esse processo acaba sendo muito doloroso”, finaliza.

CHANCES DE ACERTO

Seguir em uma área em que a pessoa tem habilidades é meio caminho andado, segundo a psicóloga Karine. “Pensar em suas habilidades, tanto técnicas como comportamentais trilham um norte a respeito de qual caminho seguir”, aponta. “Um exercício bacana é a pessoa elencar uma lista a respeito de suas características, tanto técnicas (quais matérias eu gosto de estudar, quais tenho melhores resultados, qual matéria é prazeroso estudar), como características comportamentais (como eu sou, como me relaciono com as pessoas, quais pontos da minha personalidade eu admiro e quais gostaria de mudar, se sou criativo, organizado, extrovertido”, exemplifica.

Orientação vocacional: quando recorrer?

O processo de orientação vocacional é composto com conversas, entrevistas e testes vocacionais. Através dele, com todos os elementos, é possível analisar as alternativas encontradas com base no perfil da pessoa. O teste vocacional, conforme Karine, é um instrumento psicológico que auxilia as pessoas a descobrirem quais profissões seguir. “É um recurso muito utilizado que visa complementar todo o processo de orientação profissional”, frisa.

Você sabe quais as profissões que estão em alta?

O mercado de trabalho é bastante mutável, se inventa e reinventa a todo momento. Neste caso, é importante o candidato analisar as profissões, mas se manter fiel as suas necessidades pessoais. “Terá sucesso e será feliz em sua profissão, aquela pessoa que está fazendo o que gosta e o que quis”, afirma.
Além das profissões, o que se percebe nas vagas de trabalho é a exigência do inglês. Cada vez mais falar outro idioma está sendo exigido.

Já em se tratando das profissões do momento, “levando em consideração o período em que estamos vivendo em relação à pandemia de Covid-19, temos uma grande procura por profissionais da área da saúde, como médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, além de profissões nas áreas de Biotecnologia, Tecnologia da Informação, Planejamento e Gestão Financeira, Recursos Humanos, Marketing, Agronegócio, gestor de Mídias Sociais, Engenharia de Cibersegurança, representante de Vendas, engenheiro de Dados, especialistas em Inteligência Artificial, desenvolvedor Javascrip, consultor de Investimentos, desenvolvedor de Plataforma Salesforce, Coach de Metodologia Agile.