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E viva a desordem?

P. Rosemar Ahlert
Paróquia Ev. De Confissão Luterana Castelo Forte

“E assim, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles. Porque esta é a lei e os profetas”. (Mt 7.12)
Estamos no período da Quaresma. O carnaval é passado e eu envelheci de véspera. Sim, porque, estou velho demais para algumas coisas. Acabo de voltar das férias. Estive durante o período de Carnaval numa pequena cidade praiana. O que vi e ouvi por lá está muito além do que eu (velho aos 54) considero sanidade: nenhum respeito às regras de trânsito e, sobretudo, total desrespeito ao sossego alheio (leia-se som automotivo, gritaria, etc.).
Quero refletir sobre o comentário de uma pessoa com a qual falei sobre o assunto: “é carnaval. Pode tudo”.
Será que existe um período, semana, mês em que se pode tudo? Tenho que discordar, pois a Sagrada Escritura insiste no amor ao outro (e a si mesmo), cuidado mútuo e zelo por leis e mandamentos. Não esqueçamos que nosso convívio em sociedade é regido por leis. Muitas delas e com a finalidade de proteger a vida.
A lógica do “tudo pode” é atroz e diabólica. Por causa dela há empresários que superlotam casas de shows, desrespeitam a legislação sobre saídas de emergência, extintores e tudo mais. Há aqueles que usam sinalizadores proibidos para incendiar tetos igualmente em desacordo com a lei. O resultado é a dor, vidas perdidas e famílias profundamente feridas.
Por causa do “tudo pode” nossos motoristas agora furam as sinaleiras, dirigem falando ao celular, ultrapassam onde há faixas contínuas e desrespeitam indicadores de velocidade. Uma estúpida e sangrenta rotina diária que mata mais do que qualquer guerra pelo mundo afora. Será que as tragédias só acontecem com os outros?
Por causa do “tudo pode”, crianças aprenderam a mandar nos pais, a comer, beber e cheirar tudo o que lhes “dá na telha”.  “Ah, deixa os coitadinhos”. Criança tudo pode, dizem alguns pais e mães. O resultado?
A lógica do tudo pode é madrinha da corrupção e parente próxima de todo desrespeito a moral e à ética. O resultado é uma farta colheita de sofrimentos e angústias. Não dormimos depois de um dia de trabalho porque algum desocupado pouco educado nos obriga ouvir uma batucada a 200 decibéis. Estamos inseguros nas ruas, nas casas (apesar das grades) e, a continuar nesta balada, vamos ter que mudar mesmo pra outro planeta.  Os incomodados que se retirem?
Estão aí os poderes constituídos para manter o estado de direito e por ordem na casa. Cada qual deve fazer sua parte para que a baderna não se instale por completo. Inclusive, nós! É a nossa casa. É a nossa família. É a nossa vida.
Ainda que sendo imperfeitos, seja o nosso amor tão grande a ponto de queremos o bem aos outros. O mesmo que queremos para nós.

Avisos:
23.02- Culto João Alves 19.30h (Assembleia).
24.02- Culto Bom Pastor, 9 h (alemão).
    – Culto Ap. Pedro, 9 h. SC.
    – Culto Centro, 9.30 h
27.02- Culto Vila Nova, 19.30 h SC.