Início Geral Início do inverno registra chuvas regulares

Início do inverno registra chuvas regulares

Região Sul do país ainda sofreu com fenômeno “ciclone bomba” o qual causou prejuízos em alguns municípios

Ricardo Gais
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Metade da chuva registrada em junho ocorreu nos dois últimos dias do mês – Ricardo Gais

O mês de junho registrou chuvas abaixo do esperado pela Defesa Civil de Santa Cruz do Sul. A expectativa para a região era de 300 milímetros de chuva no mês passado, no entanto, o registrado foi 221,6 milímetros no município.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Santa Cruz, tenente José Joaquim Barbosa, no final do mês de junho, nos dias 29 e 30, choveu praticamente o que havia chovido no mês todo. Nestes dois dias, o acumulado registrado ficou em 110 milímetros.

A forte chuva deste início de semana não chegou a causar alagamentos significativos ou algum estrago na região. O Rio Pardinho chegou a marcar o nível de sete metros e acabou saindo do leito, alagando áreas mais baixas perto da RS-409 em direção a Vera Cruz. Residências perto do rio não chegaram a registrar inundações.

A chuva também contribuiu para o Lago Dourado, que ainda continua em processo de recuperação. Na quarta-feira, 1º, o nível estava marcando 3,98 metros, mas o normal será quando atingir os 4,80 metros, o que deve demorar algumas semanas, conforme as chuvas. Já o nível do Rio Pardinho, até essa quarta-feira, marcava 4,60 metros.

Conforme Barbosa, o início do inverno marcou chuvas regulares. “Este inverno será atípico em relação às chuvas e irá registrar períodos de frio intenso, porém serão curtos”, disse. O tenente ainda informou que o próximo fim de semana deverá registrar baixas temperaturas e na semana seguinte há possibilidades de forte chuva em diversas regiões do Rio Grande do Sul.

Outro fator climático que se fez presente em Santa Cruz, foram as rajadas de vento. No dia 18 de junho, as rajadas chegaram a marcar 80 km/h na cidade, causando a queda de diversas árvores na área urbana e também no interior do município. Na terça-feira, 30, o dia também registrou ventania, porém não tão forte. “O vento chegou a 56 km/h, mas não gerou problemas, apenas uma árvore caiu em Cerro Alegre Baixo”, disse Barbosa.

“Ciclone Bomba”

Uma nomenclatura pouco conhecida pela maioria das pessoas ganhou espaço nas redes sociais e notícias. O fenômeno “ciclone bomba” foi registrado nos últimos dias na região Sul do país, mais precisamente em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o que causou grande prejuízo por onde passou.

O “ciclone bomba” é um ciclone extratropical que causa grandes estragos por registrar fortes rajadas de vento. O termo é usado com frequência nos Estados Unidos quando é gerado uma formação rápida de tempestade acompanhada de fortes ventos e queda brusca nas temperaturas.

Um ciclone é classificado como “bomba”, quando ocorre a queda rápida de pressão em menos de 24 horas, ou até menos tempo. Conforme for a queda de pressão, mais fortes podem ser os ventos gerados pelo fenômeno, que pode causar destruições em um curto espaço de tempo, como a explosão de uma bomba.

O “ciclone bomba” se formou a partir da massa de ar quente perto do Mato Grosso do Sul e Paraguai com uma outra massa de ar frio vinda da Argentina, causando uma queda de pressão muito forte do ar quente com a de ar frio, gerando o fenômeno. Em Santa Catarina foram registrados ventos acima de 121 km/h.

Segundo a Emater/RS-Ascar, e a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), em um breve levantamento feito nesta semana, os efeitos do temporal e ciclone que atingiram o Estado de modo geral, não causaram prejuízos significativos para as plantações e criações de animais nas áreas rurais. Alguns prejuízos foram contabilizados em galpões, além do destelhamento de algumas casas.