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Legado | História e identidade: as marcas dos 200 anos da Igreja Luterana no Brasil

Pastora Silvia Genz, Presidente da IECLB, ressalta as fundações luteranas na educação

Em visita à cidade, Silvia Genz palestrou aos professores do Colégio Mauá

Lucca Herzog
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Na última sexta-feira, dia 16, a Pastora Presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), Silvia Genz, esteve em visita à cidade e ao Colégio Mauá, em ocasião dos 200 anos de presença luterana no Brasil. Pela manhã, palestrou no Teatro do Colégio sobre o tema e sobre os princípios luteranos na educação, e à tarde conversou com a imprensa sobre os principais aspectos da data comemorativa.

Silvia Genz ressaltou a história e as raízes da Igreja Luterana, que estão intimamente ligadas à organização social das colônias no Brasil. “A IECLB viveu durante muito tempo na clandestinidade”, aponta. “No Brasil, não era permitido ser igreja diferente da Católica Romana. As pessoas, com muita fé, mantiveram a Igreja Luterana. Para nossa Igreja, foi importante o momento da República, e quando se definiu a separação da Igreja e do Estado. Nesse momento, os imigrantes tiveram direito de poder votar, a ter casamento reconhecido”.

Sobre a evolução da Igreja Luterana no Brasil, Silvia aponta que a corrente é formada por várias descendências e linhas teológicas da Europa, e que, nesses 200 anos, define-se não uma presença germânica, mas luterana. A Igreja Luterana, segundo ela, “vem de variado leque ecumênico”.

Quanto ao legado da IECLB, a pastora enfatizou que a educação é o principal elemento da tradição: “Percebemos que é importante estar presente em uma escola como o Mauá, em um momento de dizer que a educação é um legado da Igreja Luterana. Quando os imigrantes vieram, não tinha escola para eles. Tiveram que construir as escolas. Todas as crianças deveriam saber ler e escrever, fazer contas e saber se comunicar. A ideia de Martin Lutero era que as pessoas soubessem ler a Bíblia, aprender os hinos e saber cantar. Mas sabemos que era muito mais do que isso. Havia a educação, a cultura, o conhecimento”.

Segundo o Diretor do Colégio Mauá, Nestor Raschen, essa tradição permanece no projeto pedagógico da Escola, que teve seu início com base na vida comunitária: “A herança que temos, a partir de Martin Lutero, é sermos uma escola que vai além da sala de aula. Sim, temos conhecimento, ciências, mas também música, artes, esportes; uma escola lúdica, em que os alunos tenham um espaço de convivência, e nesse espaço se preparar para a vida em sociedade, com a tarefa de fazer a diferença e contribuir positivamente para a sociedade, com uma inserção na vida comunitária”.