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Manifestação a favor do impeachment é amanhã

Viviane Scherer Fetzer

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O domingo, 13 de dezembro, será marcado por uma manifestação de apoio ao acolhimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff pelo presidente da Câmara dos Deputado, Eduardo Cunha. O evento ocorrerá em diversas cidades do país e é organizado por movimentos sociais que estão engajados na mudança política do Brasil. Em Santa Cruz do Sul o Movimento João da Silva é o responsável pela organização das atividades que serão realizadas a partir das 15 horas na Praça da Bandeira com uma passeata pelas ruas do centro. O movimento terá a disposição do público cartazes e balões e pede para quem for participar que vá de camiseta verde ou amarela.

Segundo Jorge Buuron, integrante do Movimento João da Silva e organizador do evento, “essa manifestação de domingo é a nível nacional para mostrar aos deputados e ao restante da classe política o que realmente o povo quer, que é realmente a queda da Dilma”. O Movimento conta com a participação e apoio de empresários, autônomos, desempregados e funcionários públicos. Para o presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) de Santa Cruz do Sul, Ari Thessing, ressalta que quanto à manifestação o partido não tem como dizer que as pessoas não podem ir para a rua, mas “essa manifestação não tem um cunho jurídico e sim político porque é uma tentativa de derrubar a presidente tentando desrespeitar o que houve nas eleições do ano passado”. “O importante é a população se organizar de forma pacífica, ordeira e democrática conforme o artigo 1º da Constituição Federal ‘o poder emana do povo’ e os políticos estão lá para representar a vontade do povo realizando seu trabalho e tirando a Dilma do governo”, ressaltou Buuron.

Mesmo com o congelamento do processo de impeachment no Supremo Tribunal Federal (STF), as manifestações continuam tendo força. Buuron salienta que essa parada do processo é boa para a oposição se organizar, a esquerda, segundo ele, está muito bem organizada no sentido de estar aparelhada porque a sociedade civil não tem uma organização tão grande e tão rápida quanto o Partido dos Trabalhadores (PT) e seus movimentos sociais. “Eles dão um grito e todo mundo sai à rua. A sociedade civil não, ela tem que se organizar porque tem seus compromissos, mas acho que nenhum compromisso é maior que a vontade de mudar o país”, reforça Buuron. Thessing pensa que para o próprio Congresso a intervenção do Supremo foi boa porque em qualquer circunstância que o Supremo se manifestar quando há uma ilegalidade, tanto faz se for a favor ou contra o PT, representa que ele está avaliando as situações e procurando coisas que deem sustentação a tais irregularidades. “O Supremo não fez isso para ganhar tempo, mas acabou permitindo que as forças se unam e tenham mais tempo de se organizar tanto pró quanto contra o impeachment e a presidente”, opinou Thessing.

O PT, as centrais sindicais e os movimentos populares assim como alguns partidos como PTB, PCdoB e PSol estão organizando uma mobilização para o dia 16 de dezembro em Porto Alegre a favor da democracia. Esses movimentos prezam pelo direito à democracia e não são contra o impeachment. “Na manifestação de domingo parece que eles apoiam o Cunha porque só falam em apoio ao impeachment da Dilma, mas quem tinha que sair mesmo era o Eduardo Cunha”, afirma o presidente do PT de Santa Cruz do Sul, Ari Thessing.

Buuron, que participou do acampamento de 15 dias em frente ao Congresso para apoio ao impeachment da presidente, conta que esses acontecimentos da política já estavam se desenhando no início de novembro. “O povo se indignou e cansou de ser roubado e não receber nem os serviços básicos, sabemos que não foi o PT que inventou a corrupção, a gente foi roubado em todos os governos do Brasil desde 1500, mas a forma como o PT roubou dessa vez junto com os aliados da base foi uma coisa absurda”, reforçou Buuron.

Andamento do processo 

Na noite de terça-feira, 8 de dezembro, o ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu suspender temporariamente o processo de formação e a instalação da comissão especial que irá analisar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. A decisão foi justificada por Fachin como uma necessidade de o STF analisar a lei que regulamenta as normas do processo de impedimento da governante, sobre a qual o plenário deverá se pronunciar no próximo dia 16 de dezembro. Foi suspensa também a formação da comissão especial do Congresso que vai analisar se as acusações feitas contra a presidente têm peso jurídico para provocar a destituição da Chefe de Estado. Agora o que vai ser analisado pelo STF é o sistema de votação secreta que elegeu os membros da comissão na Câmara dos Deputados.

Jorge Buuron ̩ integrante do Movimento Jọo da Silva e organizador do evento

Ari Thessing, vereador e presidente do PT de Santa Cruz do Sul