Alyne Motta – [email protected]
Em 1937, um grupo de patriotas do Rio Grande do Sul procurava um símbolo que bem representasse o calor do povo brasileiro. Com isso, surgiu a ideia do Fogo, companheiro do homem desde a pré-história e que, nos tempos modernos, passou a ser cultuado durante as Olimpíadas.
Rolf Steinhaus
Fogo simbólico em terra santa-cruzense
A ideia foi acolhida com muito entusiasmo pela Liga da Defesa Nacional, entidade que então havia completado 21 anos de dedicação às causas cívico-patrióticas. Então surgia o Fogo Simbólico da Pátria, que deveria percorrer o Território Nacional, em peregrinação cívica.
No ano de 1938 surgiu a primeira Corrida do Fogo Simbólico da Pátria, num pequeno percurso de 26 quilômetros, entre as cidades de Viamão e Porto Alegre. Setenta e cinco anos depois, a tradição do Fogo Simbólico mantém-se viva em Santa Cruz do Sul.
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Estudantes, militares e autoridades participaram da cerimônia no 7º BIB
CHEGADA A SANTA CRUZ DO SUL
Na manhã de ontem, 20 de agosto, a Liga da Defesa Nacional realizou a entrega de uma centelha oficial do fogo. Trazida por atletas dos Correios, a mesma veio de Rio Pardo e percorreu, num caminhão do Corpo de Bombeiros, as ruas principais da cidade, sendo escoltada por militares e escoteiros.
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Centelha percorreu as principais ruas da cidade
Após o desfile houve a chegada no 7º Batalhão de Infantaria Blindado (BIB) – Regimento Gomes Carneiro, onde foi realizada uma solenidade. O fogo vai permanecer lá até o dia 1º de setembro, quando se desloca até a Praça Getúlio Vargas para a abertura da Semana da Pátria.
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Fogo permanece sob a guarda do 7º BIB até o dia 1º de setembro
Conforme a secretária municipal de Educação, Ana Aranda, a formação cidadã se faz através do civismo. “A soma de todos os saberes faz um país melhor”, declarou ela durante a cerimônia. Para o Major Cravo, subcomandante do 7º BIB, é uma honra guardar o fogo até a abertura da Semana da Pátria.
HOMENAGEADOS
Este ano, o 7º BIB é o homenageado municipal. O tema escolhido para nortear as comemorações é “7º BIB — de mãos dadas com a comunidade, construindo a história santa-cruzense”. Em nível nacional é celebrado o centenário de morte do Barão do Rio Branco, e no estado, os cem anos do economista Guido Mondin.
Uma verdadeira corrida
Nos anos que sucederam 1938, fizeram com que o Fogo percorresse 11.000 quilômetros. Em 1945, saiu do Cemitério de Pistoia, na Itália, onde se achavam sepultados os nossos combatentes brasileiros, mortos na 2ª Guerra Mundial, para vir de avião até Natal e de lá percorrer 6.000 km até Porto Alegre.
Em 1972, durante as comemorações do sesquicentenário da nossa Independência, partiram quatro Chamas dos quatro pontos extremos do Brasil, em rotas distintas, para se fundirem numa só Chama Sagrada, no dia 7 de Setembro, no Monumento do Ipiranga, em São Paulo, histórico local do Grito da Independência.
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Estado mantém a tradição de percorrer todos os municípios com o Fogo Simbólico
Por força das limitações financeiras e de questões maiores de segurança para os atletas, a Corrida do Fogo Simbólico da Pátria passou a ser realizada, na maioria dos Estados, em âmbito municipal. Apenas no Rio Grande do Sul, fiel a sua origem, o Fogo Simbólico continuou percorrendo todos os municípios gaúchos.
