Efeitos de um ciclone extratropical e da massa de ar frio vão ser mais fortes no decorrer da semana
LUÍSA ZIEMANN
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Chegou a hora de tirar os casacos mais pesados do armário, separar as meias mais grossas da gaveta e buscar madeira para a lareira ou ao bom e velho fogão à lenha. Ainda que um pouco tardia, a primeira onda de frio intenso atinge de vez o Rio Grande do Sul. Embora o Estado tenha registrado, nas últimas semanas, temperaturas mais amenas, incluindo mínimas abaixo dos 5ºC, desde a última quarta-feira, 11, as temperaturas estão em declínio contínuo e, para a próxima semana, existe a possibilidade de uma onda histórica de frio para esta época do ano.
Na terça-feira, 10, já foi possível notar a mudança no termômetro. Com chuva irregular e de baixa intensidade, a queda na temperatura seguiu no dia seguinte. Na quinta-feira e ontem, mesmo com o predomínio de sol, as blusas de lã e casacos grossos puderam sair do armário, sobretudo à noite. As maiores mudanças, porém, poderão ser percebidas a partir da segunda quinzena de maio. Uma nova massa de ar frio chega na metade deste mês e deve ser de maior intensidade.
Conforme a meteorologista Nicolle Cordero Simões dos Reis, da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, durante a próxima semana, uma massa de ar seco e frio de origem polar favorece o predomínio de tempo firme, com sol entre poucas nuvens e temperaturas baixas no Vale do Rio Pardo. “Há chance de chuva fraca a moderada apenas na terça-feira, 17, na Região dos Vales”, afirma. O frio deve permanecer especialmente durante a manhã, com as temperaturas mínimas podendo ficar entre 6°C e 9°C. Durante a tarde, as temperaturas sobem pouco, com as máximas ficando na casa dos 15°C. A partir da quinta-feira, 19, a massa de ar frio começa a perder força e as temperaturas se elevam um pouco mais durante a tarde.
Essa intensa onda de frio pode vir acompanhada de geada em diversos Estados do País, inclusive em áreas do Sudeste e do Centro-Oeste. Mas, conforme Nicolle, o fenômeno climático não deve atingir nenhum município da Região dos Vales. Em outras áreas do Sul do Brasil, em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde historicamente são registradas as menores temperaturas, existe a possibilidade até mesmo de nevar. “Não descartamos a ocorrência de neve em locais da Campanha e Serra gaúcha”, adverte a meteorologista.
Nicolle lembra que nesta época do ano é comum termos dias mais frios e, com a aproximação do inverno, alguns padrões característicos da estação já podem ser notados, como a entrada de massas de ar frio mais intensas em comparação às outras épocas do ano. Entretanto, somente as baixas temperaturas devem fazer aumentar a vontade de ficar em casa tomando aquele chocolate quente, pois o tempo deve seguir estável em praticamente todo o Estado, com previsão de uma boa semana para dar aquela “lagarteada” que todo gaúcho gosta: com Sol e frio.
CICLONE EXTRATROPICAL
Conforme a meteorologista, além da passagem da frente fria, um ciclone extratropical ficará parado por vários dias sobre o oceano. “O ciclone irá favorecer a entrada da massa de ar frio sobre o Estado. Como ele tende a ficar estacionário por alguns dias, a massa de ar frio se intensifica entre a segunda e a quarta-feira”, prevê. Em Santa Cruz do Sul, o termômetro deve registrar mínimas abaixo dos 10ºC a partir da próxima terça-feira. Nos dias seguintes, o frio deve chegar de maneira ainda mais rigorosa, quando as mínimas devem ficar em torno de 7ºC no munícipio.
“A partir da quinta-feira, quando esse sistema começa a se afastar do Rio Grande do Sul, é que as temperaturas voltam a subir um pouco mais durante a tarde, mas ainda com características da estação, com as máximas ficando na casa dos 20ºC”, afirma Nicolle. A próxima semana deve ser, portanto, típica deste período do ano: com o amanhecer gelado, clima ameno no decorrer do dia e queda na temperatura à noite, logo após o Sol se pôr.
