Início Especiais Primeiros imigrantes: esperança e vontade de trabalhar

Primeiros imigrantes: esperança e vontade de trabalhar

Ana Souza
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Antes mesmo da vinda dos primeiros imigrantes alemães, em 1849, instalados na Picada do Abel e que originaria mais tarde nossa Santa Cruz do Sul, no dia 25 de Julho de 1824, chegava no território gaúcho, no Passo de São Leopoldo, a primeira leva de 39 imigrantes alemães vindos da Europa, que na época estava marcada por uma série de conflitos e muita miséria que assolava os habitantes.
Visando retratar tão importante história, o Museu do Colégio Mauá traz até o final do ano, dia 20 de dezembro, a exposição “Alemanha + Brasil 2013-2014: Quando ideias se encontram”. Através de um riquíssimo acervo, a mostra representa o quanto está presente até os nossos dias atuais a herança dos imigrantes alemães, que traziam em si as ideias do velho mundo, inúmeras destas foram aprimoradas, reinventadas e atualmente são de suma importância para a nossa vivência diária. Vários exemplos podem ser citados, entre eles, a variada gastronomia – que é marca registrada através da Festa da Alegria, a Oktoberfest –, os costumes também estão presentes nas áreas industrial, social e econômica; no artesanato com seus lindos bordados mostrados pelas artesãs de Santa Cruz do Sul em exposições na Praça Getúlio Vargas; no lazer, revivido através dos Jogos Germânicos da Oktoberfest e na área educacional com a valorização dos antepassados em projetos envolvendo os alunos.
O objetivo de construir uma nova vida foi que motivou a vinda dos imigrantes para estabelecer-se em terras do Rio Grande do Sul. Na bagagem traziam três tesouros, que devem ser valorizados por todos nós até os dias de hoje: muita esperança, vontade de trabalhar e acima de tudo fé em Deus. Através destes abnegados habitantes a economia do Estado tomou um novo rumo com a inclusão de produtos coloniais e um comércio mais intenso.

RAÍZES

Os santa-cruzenses que aqui nasceram ou aqueles que adotaram a cidade como sendo de coração, devem orgulhar-se do esforço dos imigrantes em fazer prosperar Santa Cruz do Sul e também o Rio Grande do Sul. Várias comunidades foram impulsionadas, trazendo consigo os costumes, modo de vida, ideias, língua, educação e religiosidade dos imigrantes. A cultura alemã e a brasileira passaram a ser uma só com a vinda dos imigrantes, tanto que em nosso município é forte a cultura germânica.
A exposição nos faz voltar aos antepassados enfatizando as nossas ligações com os imigrantes que aqui cultivaram suas ideias e que, atualmente, permitem ricos vínculos do Brasil com a Alemanha no campo do conhecimento, pesquisa e tecnologia. Entre os materiais estão a literatura, manuais, partituras, utensílios de trabalho, livros de receitas, materiais remanescentes das sociedades de tiro, lanceiros, de canto, damas, instrumentos musicais, livros de orações e cantos.
O Museu do Mauá tem como diretor o professor Nestor Raschen e a coordenadora do local é a professora Maria Luiza Rauber Schuster. A exposição pode ser visitada de terças a sextas-feiras, das 14h às 17h. Agendamentos de grupos podem ser feitos através do fone (51) 3715-0496, ramal 20, no horário de funcionamento do Museu.

Fotos: Rolf Steinhaus

Instrumentos musicais lembram a integração entre os imigrantes

Na foto destaque para a frase em língua alemã que traduzida diz: ‘O grande tesouro de um homem é ter uma mulher que sabe cozinhar’

Materiais remanescentes das sociedades de tiro também fazem parte da mostra

Utensílios de trabalho utilizados na lida diária